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Casagrande defende continuidade do pedágio, mesmo com o fim da concessão à Rodosol

Casagrande defende continuidade do pedágio, mesmo com o fim da concessão à Rodosol | Fotos: Reprodução: Divulgação

Explorando a cobrança de pedágio na Terceira Ponte e na ES-60, a Rodovia do Sol, há quase 25 anos, a Concessionária Rodovia do Sol S.A, a Rodosol, encertra o contrato de concessão no próximo dia 22 de dezembro. Mas, apesar de a Terceira Ponte estar dentro da área urbana da Grande Vitória, os capixabas não vão se livrar do pedágio, porque o governador Renato Casagrande (PSB) já anunciou que deseja a manutenção da cobrança.

O motorista de um automóvel paga R$ 2,80 para atravessar a Terceira Ponte, de Vila Velha para Vitória, um motociclista tem que desembolsar R$ 1,40 e um caminhoneiro que esteja dirigindo um caminhão com reboque e caminhão trator com semi-reboque é onerado em R$ 16,80. Os valores gerados para o grupo de empresários que são donos da Rodosol são elevados.

Somente em sete meses deste ano, o grupo empresarial embolsou R$ 23.490.565,00 com a exploração de pedágio, sendo R$ 35.630.714,70 na Rodovia do Sol e mais R$ 23.490.565,00 na Terceira Ponte. O contrato de concessão, dando 25 anos de exploração de pedágio para a Rodosol, foi assinado em 21 de dezembro de 1998 e publicado no Diário Oficial do Estado no dia 22 daquele mês e ano pelo ex-governador Vitória Buaiz, eleito pelo PT e, posteriormente, se transferiu para o PV. Ouça abaixo, na íntegra, o áudio onde o governador afirma que está interessado em manter a cobrança de pedágio na Terceira Ponte e na Rodovia do Sol. No final, Casagrande afirma taxativamente ser a favor da continuidade da cobrança.

Renato Casagrande quer a continuidade do pedágio

Neste último domingo (27), após a inauguração da ampliação da Terceira Ponte e da construção da ciclovia, esta última feita para impedir suicídios, o governador Renato Casagrande disse em uma rápida coletiva de imprensa que quer manter a cobrança de pedágio. Ele disse que ainda não sabe como isso vai ser feito, porque depende um estudo encomendado, nesse sentido, a uma fundação da USP.

“Nós estamos com a fundação da USP contratada. O secretário Damasceno está acompanhando e em mais uns dias a gente vai ter uma modelagem, que vai ser apresentada à sociedade capixaba. Então, agora, nós estamos desenvolvendo alternativas para que eu possa tomar a decisão. Nos próximos meses, não vou citar uma data aqui, como o contrato termina no final do ano, teremos uma modelagem efetiva para que a gente poder apresentar para a sociedade capixaba”, disse o governador.

 “Nós teremos essa definição a partir do primeiro estudo que a fundação da USP vai apresentar para nós nos próximos meses, nos próximos dias. Estamos esperando a primeira etapa do estudo, que eles estão desenvolvendo”, prosseguiu. Um repórter presente na entrevista coletiva quis que ele fosse mais claro e perguntou: “Mas vai ser concedido (a concessão), né?.”

Em resposta, o governador capixaba disse: ““Ah, vai ser concedido. Também é bom que a gente possa dizer à sociedade capixaba que a ponte, agora com a ciclovia, exige uma operação delicada, uma operação de muito cuidado. Então, além da ponte, que agora, né, é uma ponte alta, que exige muito acompanhamento técnico. Também temos agora a ciclovia, que exige manutenção permanente.”

“Então, não é uma ponte como qualquer outra ponte. É a maior ponte do nosso Estado, que acoplada à ciclovia. Nós temos uma operação na Rodovia do Sol, que é uma operação monitorada, inclusive, é uma operação que tem assistência com guincho, com auxílio ao usuário. Então, é um trecho diferenciado em termos de atendimento ao usuário. Por isso que nós vamos fazer a concessão. Obrigado”, completou.

Investimento com recurso público em ponte sob concessão

A ampliação da Terceira Ponte, que passou de duas pistas para ir duas para voltar para três de ida e três de volta, além da construção do impedido para pessoas se suicidarem, através da ciclovia nas duas laterais da ponte, custou R$ 180 milhões aos cofres públicos estaduais. A concessionária não contribuiu com um único centavo.

A cobrança de instalação de telas nas laterais da ponte, para evitar suicídio, é antiga. Vem desde 2014, mas a Rodosol sempre se negou a construir as telas protetoras. Os suicídios prosseguiriam, mas somente não eram noticiados, para evitar estimular mais pessoas a promover ataque contra a própria vida. Em 2020 houve 9 casos de suicídios na Terceira Ponte, no ano seguinte, em 2021 mais3 e, no ano passado, seis pessoas se jogaram para ponte para se suicidar.