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Casagrande é criticado por declarações dúbias que favorecem continuidade de Bolsonaro

Casagrande quer a continuidade de Bolsonaro? Esta é a pergunta que vem sendo feita nas redes sociais capixabas | Foto: Redes sociais

As frases desconexas e que levam dúvidas sobre qual é a verdadeira posição política do governador Renato Casagrande (PSB) sobre quem realmente apoiará para às eleições presidenciais deste ano, levam as redes sociais a questionar se o governador está fazendo torcida para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) ou para o ex-juiz Sérgio Moro. ““Se ele [Bolsonaro] errar, se fragilizar, se a economia de fato passar por um processo de deterioração muito forte, pode ser que alguém dispute com Bolsonaro a vaga no segundo turno. Se alguém da a terceira via for para o segundo turno com o Lula, a eleição pode surpreender”, disse Casagrande segundo reprodução feita pelo colunista da revista Veja, Matheus Leitão.

Membros do Partido dos Trabalhadores (PT) em Vitória disseram nas redes sociais que vão fazer campanha interna para que o PT se rebele contra o atual governo do PSB de Renato Casagrande. Outros optaram em dizer “Contarato nele”, numa referência do senador capixaba e petista Fabiano Contarato se lançar candidato á governador e desbancar a pretensão de político profissional e carreirista de Casagrande.

Para analistas, o jeito de Renato Casagrande ignorar a ampla preferência popular pela vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputada com Bolsonaro e o fato de que o ex-juiz Moro não emplaca a denominada terceira via e que poderá disputar um outro cargo eletivo qualquer, se deve como uma estratégia nacional do PSB.  No caso específico do Espírito Santo a virtual candidatura do senador Contarato põe em risco o projeto pessoal de Casagrande de continuar a ter um cargo eletivo em mãos.

Federação partidária

O debate sobre a possibilidade das federações partidárias para as eleições de 2022 esquentou nos últimos dias. O PSB fez consulta a deputados de sua bancada federal e também às presidências dos diretórios estaduais sobre a possibilidade de federar com PT, PCdoB, Psol e PV, com ampla maioria a favor. A Executiva Nacional do Psol decidiu abrir diálogos com PCdoB e Rede. A posição do PDT – não se sabe até quando – é por não federar. Já no campo à direita, Cidadania e PSDB devem constituir federação. PSL e DEM já criaram o União Brasil. O PT decidiu em reunião de seu Diretório Nacional que irá iniciar conversas com PSB, PCdoB, Psol e PV.

A questão que se coloca para a esquerda e para o PT não é se vamos federar, mas com quem e como federar. Essa tarefa é fundamental e estratégica para nosso objetivo de eleger Lula e estancar a reação conservadora, autoritária e neoliberal do bolsonarismo. A lei 14.208/21 prevê que dois ou mais partidos poderão reunir-se em federação, que atuará como se fosse uma agremiação partidária, isto é, aplicam à federação todas as normas relativas ao funcionamento dos partidos nos parlamentos e à fidelidade partidária.

A Federação terá um programa, um estatuto e regras de funcionamento próprias. Por outro lado, a lei também prevê a preservação da identidade e da autonomia dos partidos componentes da federação. Isto é, os partidos manterão suas cores, número de legenda, organização interna, estatutos e regimentos internos. A abrangência das federações é nacional e sua duração é de no mínimo quatro anos. As penalidades para o caso de desistência em meio a esse período são as seguintes: vedação de entrar em outra federação, vedação de celebrar coligação nas duas eleições seguintes e de utilizar o fundo partidário até o final do período previsto da vigência da federação.

Às federações de partidos se aplicam à escolha e registro de candidatos para as eleições majoritárias e proporcionais, à arrecadação e aplicação de recursos em campanhas eleitorais, à propaganda eleitoral, à contagem de votos, à obtenção de cadeiras, à prestação de contas e à convocação de suplentes, como está textualmente na lei.

Política como profissão

Com a carteira profissional sem anotação de registro de trabalho, o atual governador capixaba pelo Partido Socialista Brasilleiro (PSB) é um carreirista na vida política ou um político profissional. Nascido em Castelo, município que surgiu do desmembramento de Cachoeiro de Itapemirim em 1929, começou a se interessar na sua futura carreira política em 1979 quando iniciou sua atuação como representante do Centro Acadêmico e do movimento estudantil na Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde cursou Engenharia Florestal até 1983.

Durante a década de 1980 se filiou ao PSB, tendo tido antes rápida passagem pelo Partido Comunista do Brasil e o então PMDB, atual MDB. As atividades políticas renderam o cargo de secretário de Desenvolvimento Rural da Prefeitura Municipal de Castelo de 1984 a 1987. Neste último ano voltou a frequentar as atividades políticas da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim como fundador e primeiro presidente da Associação Acadêmico Castelense (AAC), quando se formou em 1991.

No mesmo ano dessa formatura, filiado ao PSB, lançou-se candidato a deputado estadual e se elegeu para o mandato de 1991 a 1994. Ao término do mandado, foi indicado pelo partido para compor a chapa do Governo do Estado tornando-se vice-governador (1995-1999). Em janeiro de 1995, ainda como vice-governador, assumiu o cargo de Secretário de Estado da Agricultura, desligando-se em abril de 1998 para disputar o Governo do Espírito Santo.

Cargo de confiança substitui mandato eletivo

Em 1998 sofreu a primeira derrota nas urnas como candidato a governador do Espírito Santo, tendo ficado em terceiro lugar. Mas, obteve um outro cargo de confiança na máquina pública entre abril de 1999 a outubro de 2001, quando exerceu o cargo de secretário de Meio Ambiente do município da Serra, na Grande Vitória. Nesse mesmo ano, integrou o Conselho Estadual de Meio Ambiente e presidiu a seccional capixaba da Associação Nacional de Municípios de Meio Ambiente (Anamma).

Dali foi ocupar a Secretária-Geral da Comissão Executiva Nacional do PSB, quando se lançou candidato à deputado federal em 2002 e foi eleito e em 2006 se tornou líder da bancada do seu partido. Nesse mesmo ano, em 2006, disputou e venceu a eleição para senador com oito anos de mandato, mas em 2010 disputou nova eleição e dessa vez para governador. Eleito governador, quis repetir o mandato por mais quatro anos em 2014 e foi derrotado pelo ex-governador Paulo Hartung.

Para não ficar desempregado ou estrear a carteira profissional com um emprego como trabalhador formal, em 2015, o PSB deu o cargo de presidente do Conselho Curador da Fundação João Mangabeira (FJM). Da FJM lançou-se candidato em 2018 ao cargo de governador e obteve êxito em um novo mandato. Agora, luta para renovar o mandato de governador por mais quatro anos.