A população deverá ficar atenta para receber os recenseadores. Os funcionários contratados pelo IBGE trabalharão uniformizados, com boné e colete azuis com a logomarca do IBGE. No colete, haverá também o crachá de identificação, contendo a foto e os números de matrícula e identidade do entrevistador
O IBGE está informando que os pesquisadores do Censo 2022 vão começar a bater na porta de cerca de 78 milhões de domicílios a partir do dia 1º de agosto. Anteriormente a previsão era de início do levantamento em 1º de junho. Serão utilizados dois tipos de questionário: o básico e o da amostra e pela primeira vez o IBGE vai fazer a sondagem sobre a relação de parentesco ou de convivência entre os moradores, como se o cônjuge ou companheiro é do mesmo sexo ou de sexo diferente. O levantamento será encerrado em outubro.
O orçamento do Censo Demográfico 2022 é de R$ 2.292.957.087,00, envolvendo a contratação temporária de 183.021 recenseadores e 23.870 agentes censitários. O processo seletivo, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) ainda está em curso, com a divulgação do quantitativo final dos inscritos somente ocorrendo em 16 de março. A aplicação das provas objetivas aos candidatos ocorrerá em 10 de abril e a divulgação do resultado final será em 20 de maio, pouco mais de dois meses antes desses aprovados começarem a trabalhar.
Dica de segurança
Para evitar que a população fique à mercê de golpistas, o IBGE alerta a população que os recenseadores trabalharão uniformizados, com boné e colete azuis com a logomarca do IBGE. No colete, haverá também o crachá de identificação, contendo a foto e os números de matrícula e identidade do entrevistador. Para registro das informações, os recenseadores utilizarão o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), semelhante a um smartphone, na cor azul. A identidade dos entrevistadores do IBGE poderá ser verificada por meio do site respondendo.ibge.gov.br ou do telefone 0800 721 8181.
Para garantir a segurança dos recenseadores e dos moradores, as equipes do IBGE seguirão protocolos sanitários de segurança contra a Covid-19, como uso de máscara, higienização das mãos e equipamentos com álcool em gel e distanciamento social. Além da entrevista presencial no domicílio, a população poderá participar do Censo via internet ou telefone. Quem optar por responder pela internet contará com suporte da Central de Apoio à Coleta em caso de dúvida ou dificuldade de acesso ao questionário. Veja a seguir a íntegra do questionário básico, em arquivo PDF:
questionario_basico_completo_CD2022_4provaQuestionário
O questionário básico da pesquisa conta com 26 questões e investiga as principais características do domicílio e dos moradores. Além disso, uma parcela dos domicílios é selecionada para responder ao questionário da amostra, que tem 77 perguntas. Esse questionário será aplicado em aproximadamente 11% dos lares, ou seja, cerca de 8,5 milhões de domicílios.
Segundo o IBGE, a investigação nos domicílios selecionados, efetuada por meio do questionário da amostra, inclui, além dos quesitos presentes no questionário básico, outros mais detalhados, bem como perguntas sobre temas específicos: características dos domicílios, identificação étnico-racial, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiência, migração interna ou internacional, educação, deslocamento para estudo, trabalho e rendimento, deslocamento para trabalho, mortalidade e autismo.
Entre as perguntas, está a que trata da presença de pessoas com autismo no domicílio, tema incluído no questionário do censo, conforme a Lei 13.861/2019. De acordo com o instituto, em relação ao Censo de 2010, o número de perguntas dos questionários da pesquisa do próximo ano foi reduzido de 34 para 26 no básico, e de 102 para 77 no questionário da amostra. Veja a seguir a íntegra do questionário amplo, em arquivo PDF:
questionario_amostra_completo_CD2022_4provaO que foi retirado do questionário?
O IBGE informou que nenhuma pergunta foi retirada “sem que haja uma estratégia para seu levantamento por fontes alternativas ou uma justificativa técnica robusta, de modo que o censo seja preservado em suas séries históricas e temáticas essenciais”. “Dados sobre emigração internacional, por exemplo, que foi o único tema integralmente retirado da operação, serão obtidos a partir de registros administrativos disponíveis no Ministério da Justiça e Segurança Pública”, disse o IBGE.
Ainda segundo o instituto, informações detalhadas sobre características do domicílio, trabalho e rendimento serão levantadas por meio das pesquisas domiciliares amostrais regulares do IBGE, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. “O mesmo se aplica a quesitos sobre deslocamento, que, além de serem investigados por pesquisas tradicionais, poderão ser objeto de estudos baseados em Big Data e mineração de dados, como já apontam algumas experiências internacionais bem-sucedidas”, completou o IBGE.
Para que serve o censo demográfico?
A grande operação censitária tem por objetivo fornecer um retrato detalhado de vários aspectos da população brasileira como educação, saúde, moradia, trabalho e condições de vida. Avalia as mudanças ocorridas em 10 anos e permite comparar dados e entender a evolução de indicadores sociais, por exemplo.
Os dados do censo são instrumentos essenciais para:
Subsidiar políticas públicas, orientar o planejamento da gestão e orçamentos governamentais. Os dados permitem aplicar os recursos públicos nas áreas prioritárias.
Serve de referência para a tomada de decisões de investimentos do setor privado, pois fornecem informações sobre o mercado consumidor, poder de compra, localização do público-alvo, e outros.
É um fornecedor de informações indispensáveis há uma grande quantidade de estudos e pesquisas científicas das áreas econômicas, educacionais, de saúde, sociais e muitas outras.
Com as informações obtidas pelo censo demográfico é possível obter informações sobre a população total por sexo, por idade, a distribuição da população no território. O Censo também é fonte de dados que fornecem referências para o planejamento e execução de políticas e investimentos que levem em conta a taxa de natalidade, fecundidade e mortalidade, o tipo e as condições das habitações, o nível de instrução e até indicadores sobre trabalho e rendimento da população.
Coleta de informações
Na pesquisa, são utilizados dois tipos de questionários:
Questionário básico é aplicado em todos os domicílios brasileiros, possui cerca de vinte questões.
Questionário amostra, é aplicado a 10% da população, por ser bem mais extenso e detalhado. São realizadas cerca de setenta questões.
Histórico dos censos
Até o Censo 2000 os questionários eram de papel, preenchidos à caneta pelos recenseadores, o que dificultava muito o tratamento dos dados. No Censo 2010, o questionário em papel foi substituído integralmente pelo modelo eletrônico feito nos PDA (Personal Digital Assistant) que contavam com GPS assim possibilitando uma maior precisão, em razão da facilidade de acompanhamento dos mapas previamente construídos para a contagem.
No Brasil, a primeira contagem da população aconteceu ainda antes do país se tornar uma república. Em 1872, ainda no período do Primeiro Reinado, foi realizado o chamado Censo Geral do Império. O primeiro Censo revelou um país com 10.112.061 habitantes, desses 51,67% eram homens e 48,33% eram mulheres. As informações deste levantamento, no entanto, foram obtidas de forma descentralizada e sem critérios uniformes, o que deixava espaço para a dúvida em relação à veracidade e a qualidade dos dados obtidos. Em 1880, porém, não foi realizado recenseamento no país.
Dados são fundamentais para municípios e Estados
Os dados do Censo Demográfico, especificamente, impactam diretamente diversas políticas públicas, seja mediante atrelamento legal ou como insumos para a elaboração de políticas e planejamento público e seu monitoramento.
Entre as aplicações legais pode-se citar:
Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE) – A fixação dos coeficientes individuais de participação dos municípios no FPM é efetuada com base nas populações de cada município brasileiro e na renda per capita de cada estado, que também é informada pelo IBGE.
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) – O Ministério da Educação distribui recursos do fundo, segundo o número de crianças levantado pelo Censo. Também para acompanhar os indicadores do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) é necessário conhecer a população nas faixas etárias de 4 a 6 e de 7 a 14 anos, nas diversas áreas de interesse.
Lei de Cotas – É determinado na Lei nº 12.711/2012 que será levado em conta um percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para a distribuição das vagas por cotas nas universidade e institutos federais de ensino.
Distribuição de Royalties de Petróleo – O IBGE fornece, além do dado oficial a respeito da posição relativa dos poços e campos marítimos aos limites estaduais e municipais, os dados de população dos municípios, utilizados também como insumo para cálculo de distribuição de royalties do petróleo no Brasil.