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Centro Histórico de Vitória (ES) ganha nesta sexta-feira (23) o Centro Cultural Triplex Vermelho

Centro Cultural Triplex Vermelho, onde funcionada o antigo Hotel Imperial, será inaugurado nesta sexta-feira | Foto: redes sociais

O Centro Histórico de Vitória (ES) ganha no início desta noite de sexta-feira (23) o Centro Cultural Triplex Vermelho, onde se localiza o prédio de três andares que funcionava o antigo Hotel Imperial. O novo centro cultural foi idealizado pelo militante de esquerda, que foi preso político da ditadura militar e um dos fundadores do PT. O centro cultural vai oferecer apoio aos movimentos sociais, com um espaço cultural, gastronômico e de preservação da memória

O local terá um café, que utilizará produtos de origem orgânica, com uma choperia que oferecerá bebida artesanal. No mesmo Centro Cultural haverá comercialização de produtos provenientes da agricultura familiar, incluindo o tradicional beiju, feito por comunidades quilombolas do Norte capixaba.

Nos convites para a inauguração desta sexta-feira, que estão sendo feitos através das redes sociais, é informado de que haverá apresentações artísticas. Entre essas é citado o Bloco Afrkizomba, banda de congo, os cantores Edvan Freitas e Monique rocha, entre outros artistas regionais. Perly Cipriano, no primeiro governo de Renato Casagrtande assumiu o cargo de subsecretário de Estado de Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, entre 2011 e 2014. Atualmente, ele é candidato as eleições 2022, disputando o cargo de deputado federal pelo PT, sob o número 1313.

O antecessor do Hotel Imperial foi o Teatro Melpômene

No início da República velha, o Teatro Melpômene foi a mais importante sala de espetáculo do século XIX, que surgiu em 1896, no no antigo largo da Conceição (atual Praça Costa Pereira), no mesmo local onde está o novo Centro Cultural Triplex Vermelho, onde funcionava o antigo Hotel Imperial, na entrada da Rua 7 de setembro, esquina com a Rua Graciano Neves. Tinha capacidade para 1.200 pessoas.

A construção, toda feita em madeira pinho de riga impostado da Suécia, foi iniciada no dia 14 de dezembro de 1895, no Governo Moniz Freire (1892-1896), em um projeto elaborado pelo engenheiro italiano Felinto Santoro, que era na época diretor de Obras do Estado. Segundo André Carloni, depois de deixar o cargo, Santoro saiu de Vitória, tendo como auxiliares os engenheiros e colegas daquele órgão público, Leopoldo Cunha, Antônio Francisco Atayde, Rossi e lo arquiteto Guilherme Oatis. Já naquela época, o teatro teve o luxo de possuir iluminação elétrica.

André Carloni ajudou na construção do Melpômene

O telhado era de telhas francesas legítimas, importadas da cidade francesa de Marselha. As colunas e grades das frisas e dos camarotes era de ferro forjado. Os operários especializados vieram do Rio de Janeiro e São Paulo. O supervisor era o carpinteiro italiano Giuseppe Giovanotti, que havia chegado a Vitória dois anos antes e que teve como decorador Spiridione Astolfoni, italiano de Pádova (Pádua). O auxiliar desse carpinteiro foi o menino italiano André Carloni, então com 13 anos, que seria o futuro responsável pela construção do Teatro Carlos Gomes.

No dia 8 de outubro de 1924 o Melpômene sofreu um princípio de incêndio enquanto exibia em sessão noturna o filme “Ordens secretas”, que acabou levando ao fim o teatro, que era o motivo de orgulho dos capixabas naquela época. A destruição causou muita tristeza nos moradores de Vitória. Posteriormente, André Carloni comprou o que restou do Melpômene por 60 contos de réis e aproveitou as colunas de ferro fundido para fazer a sustentação do Teatro Carlos Gomes, por ele iniciado e inaugurado em 1927, que fica poucos metros do local onde funcionava o Melpômene. O Carlos Gomes mantém até os dias atuais as colunas de ferro.