A iniciativa em implantar o primeiro processo de revitalização é da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da concessionária do Porto de Vitória, a empresa VPorts
Os moradores e, principalmente os turistas e demais visitantes do Centro Histórico de Vitória (ES), vão ter uma nova opção cultural, de lazer e gastronómica já a partir de junho. Com a assinatura de autorização da cessão do Armazém 5, do Porto de Vitória, entre a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e a concessionária do Porto de Vitória, a empresa VPorts, o reformado Armazém 5 será inaugurado nos próximos três meses e apresentará inicialmente o projeto artístico-cultural “Baía de Vitória” pelo Studio DAUS, onde diversos artistas farão parte de uma exposição coletiva a ser realizada nesse novo espaço cultural de multiuso.
O novo espaço, além de exposições, ainda possui local para espetáculos, área para atividades voltadas para arte, design e gastronomia oferecida em restaurantes panorâmicos, com vistas para a Baía de Vitória. O intuito, de acordo com a Secult e a VPorts é o de proporcionar um desenvolvimento cultural e urbano no Centro Histórico da capital capixaba.

Revitalização
Segundo nota divulgada pela Secult, o Armazém 5 faz parte de um conjunto de galpões históricos revitalizados após obras de recuperação estrutural, tratamento de infiltrações e limpeza das fachadas pela concessionária responsável pelos terminais da Capital e de Vila Velha, e que foram entregues no ano passado.
“É um projeto construído coletivamente que requalifica e viabiliza a ocupação dos armazéns – espaços de importância histórica para o Estado – fazendo com que voltem a fazer parte da vida da cidade, por meio da educação e da cultura. É mais do que recuperar, reformar. É sobre dar uso, integrar e ocupar. O detalhamento da proposta para o armazém 5 será feito a partir do diálogo e da troca com a comunidade cultural do Centro”, disse o secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha.
O diretor-presidente da Vports, Gustavo Serrão, também comentou sobre o projeto. “A reforma e requalificação dos armazéns são um resgate da história do porto, da cidade e do Estado, em um projeto que sintetiza aquilo que entendemos como fundamental: trabalhar coletivamente, estabelecer parcerias, unir forças e promover o desenvolvimento sustentável e compartilhado. Sabemos que temos um porto em operação que é parte da vida e da história da cidade, e que está integrado de forma real e efetiva à comunidade é essencial.”
Armazém 4
O Armazém 4,localizado um pouco antes do Armazém 5, também vai passar por uma readaptação, para abrigar restaurante com vista panorâmica.O espaço gastronómico ficará sobre o armazém ficará em um pólo cultural e turístico, que ainda possui proposta de oferta de ações culturais e educativas
O restaurante panorâmico estará próximo ao novo Museu Vale, que reabrirá com uma proposta modernizada com nova sede no Porto de Vitória. Até então, o museu funcionava na antiga estação do distrito de Argolas, em Vila Velha (ES). As novas instalações, entre reforma e reestruturação, que vão abrigar o museus exigirão um investimento de R$ 13 milhões e somente será inaugurado no ano que vem.

A história dos armazéns do Porto de Vitória
O “Roteiro Histórico III”, publicado pela Prefeitura de Vitória em outubro de 2007, na administração do prefeito João Carlos Coser, através de copilação do escritor Walter de Aguiar Filho, traz a História do Porto de Vitória e a construção de seus armazéns. Segundo a obra, foi somente no final de 1929 que foi concluída a construção dos armazéns 1 e 2, com montagem das pontes rolantes e a iluminação elétrica. O armazém 3 só foi concluído em 1932, devido à necessidade de um prolongamento do aterro do cais. Já nessa época, apenas o berço localizado em frente ao armazém 3 tinha condições de recebere navios mercantes, por ser o local de maior profundidade.
“Após a conclusão dos armazéns 1, 2 e 3 até 1935, houve uma paralisação de obras, que logo foram retomadas e concluídas em 1940, com a ampliação do cais, construção de mais dois armazéns (4 e 5) e todo aparelhamento do porto.Surgiu, após a conclusão desses armazéns, a Avenida Getúlio Vargas, uma via de grande importância, pois dava vazão às mercadorias para o interior da cidade e demais localidades”, narra a publicação.
“A construção do porto resultou em profundas alterações na estrutura física e funcional da cidade, modificando o contorno natural da baía. Entretanto, não se pode que ele trouxe para a cidade de Vitória um grande desenvolvimento. A cidade cresceu e passou a ter uma paisagem inédita: os grandes navios que ‘passeiam’ na avenida”, conclui.