Em entrevista ao portal de notícias russo Sputnik, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, comentou sobre a recusa em aprovar a vacina russa Sputnik V pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão federal sob o comando do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como sendo o resultado político de uma pressão exercida pelos Estados Unidos sobre o Brasil na questão da Sputnik V. O imunizante russo contra o Covid-19 é aprovado em 62 países e apenas o Brasil apontou a existência de uma distorção.
O chanceler russo lembrou que o próprio governo americano confirmou recentemente estar fazendo esforços em relação ao Brasil, para que rejeite a vacina russa Sputnik V. Sergei Lavrov disse que não está surpreendido e lembrou que a administração anterior, na gestão do ex-presidente Donald Trump, já tinha feito algo similar, quando o então secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo viajou pela África e apelou publicamente nas coletivas de imprensa a seus colegas para não cooperarem e negociarem com a Rússia e China, porque estes países “têm objetivos egoístas”.
“Tudo para eles (os americanos)”
Lavrov disse quer o então ex-secretário de Estado americano disse para os líderes africanos que eles, os americanos, negociam com os países da África “para o bem dos povos”. “No Brasil surgiu agora um movimento contra esta privação. E se os norte-americanos admitiram que estejam por trás deste resultado, então, é porque são fiéis à sua lógica de que tudo é permitido para eles e já não se acanham de dizer isso publicamente”, declarou Lavrov.
O chanceler da Rússia ainda lembrou que o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que estava acontecendo uma nova guerra, com a China e a Rússia usando a vacina como arma e ferramenta de propaganda. Mas agora a situação está mudando.