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Cloroquina: O duelo entre a Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina

Enquanto a AMB está ao lado da ciência contra remédios sem eficácia contra o Covid-19, o CFM adota postura política contrária

Com a posse da nova diretoria da Associação Médica Brasileira (AMB), agora com uma gestão fundamentada na ciência, passou a ocorrer um duelo com a obscura direção bolsonarista do Conselho Federal de Medicina (CFM). O que motivou a discordância são os remédios sem eficácia para o combate ao novo coronavírus (Covid-19).

Enquanto a AMB se posiciona contrária ao uso indiscriminado e político da cloroquina, hidroxicloroquina e da ivermectina, o CFM permanece ao lado de Bolsonaro e contra as recomendações cientificas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da própria Anvisa. Por enquanto não houve uma intervenção judicial para frear o CFM, que continua apoiando através da rede de Fake News bolsonarista os remédios sem eficácia contra o Covid-19.

Rede bolsonarista

Nesta semana a publicação “Revista Oeste”, acusada pela CPI das Fake News de integrar a rede bolsonarista da desinformação, reproduziu uma entrevista do presidente do CFM, Mauro Ribeiro: “O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, disse que não é verdade a afirmação segundo a qual o tratamento precoce contra a covid-19 é ineficaz”.

“Infelizmente, certos assuntos foram proibidos. Essa história de que está estabelecido na literatura que o tratamento precoce não tem efeito na fase inicial é mentira”, declarou, em entrevista ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira, 25. “Há trabalhos que mostram os benefícios (da terapêutica) na fase inicial, e outros, não. Essa é a realidade. Temos a relação dos trabalhos”, acrescentou o especialista”, disse a publicação bolsonarista.

Sem eficácia científica

Através da do Boletim 02/2021 (cuja íntegra pode ser baixada por download no final desta matéria), o Comitê Extraordinário de Monitoramento Covidf-19 da AMB enviou aos médicos associados várias informações sobre o novo coronavírus atualizadas.  No item sete foi dito de forma bem clara e didática que as drogas apoiadas pelo CFM “não tem eficácia científica comprovada”.

“Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não fazem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”, diz a AMB.

Rebate

O bolsonarista presidente do CFM se rebelou com a AMB e fez críticas: “Quem tem atribuição legal de modo a definir o que pode ou não ser utilizado é o CFM”, disparou. Ribeiro quer que os médicos que defendem o medicamento sem eficácia contra a Covid-19 que decidam:“Qual foi a nossa postura sobre o tratamento precoce? Deixar o médico definir o que é melhor para o paciente dele”. “Falar que a hidroxicloroquina e a ivermectina matam é falácia. Quem quer fazer o tratamento precoce, que faça. Quem não quiser, não faça”, finalizou o presidente do CFM.