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CNBB emite nota onde lamenta a ‘exploração da fé e da religião’ neste 2º turno da eleição presidencial

CNBB contesta, em nota, ” o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral” | Foto: Divulgação

Menos de uma semana após o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), ter tido a sua participação no Círio de Nazaré contestada pela Igreja Católica, no evento religioso que ocorreu em Belém do Pará e é o segundo maior do catolicismo brasileiro, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota, na qual lamenta “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano. No documento, divulgado nesta última terça-feira (112), os bispos recordam que a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no país.

O Círio de Nazaré, que somente perde em quantidade de fieis para as festividades do feriado desta quarta-feira (12, Dia de Nossa Senhora Aparecida, foi realizado neste último sábado (8) com contestação ao uso político. Nessa ocasião, o arcebispo metropolitano de Belém (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa, lembrou que o evento é de responsabilidade de sua Arquidiocese e que havia tomado conhecimento da presença de Bolsonaro a bordo da corveta da Marinha Gernier Sampaio, durante a procissão marítima e destacou que não havia sido feito nenhum convite para participação de qualquer autoridade no ato religioso.

Na nota, a CNBB diz que condena, com veemência o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Em seguida, a entidade faz uma convocação à população para fazer uma reflexão sobre ações que tenham como foco a dignidade humana e adoção de um país mais justo, fraterno e solidário.

Leia a íntegra da nota da CNBB:

    NOTA DA PRESIDÊNCIA

    “Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)

    Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.

    A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.

    Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.

    Dom Walmor Oliveira de Azevedo

    Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

    Presidente da CNBB

    Dom Jaime Spengler

    Arcebispo de Porto Alegre (RS)

    Primeiro Vice-presidente da CNBB

    Dom Mário Antonio da Silva

    Arcebispo de Cuiabá (MT)

    Segundo Vice-presidente da CNBB

    Dom Joel Portella Amado

    Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

    Secretário-geral da CNBB