fbpx
Início > Com casos confirmados no Espírito Santo, Secretaria da Saúde orienta sobre cuidados para se evitar a varíola dos macacos

Com casos confirmados no Espírito Santo, Secretaria da Saúde orienta sobre cuidados para se evitar a varíola dos macacos

Com a varíola dos macacos presente no Espírito Santo, a Secretaria de Saúde oferece sugestões de cuidados para que a doença seja evitada. O Butantan tranquiliza dizendo que há vacina para essa doença viral | Foto: OMS/Nigeria Center for Disease Control

A monkeypox (ou sua tradução em português, varíola dos macacos), uma doença viral de caráter zoonótico, já é uma realidade no Espírito Santo, onde já há dois casos confirmados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, já passam de 600 casos. Diante desse cenário epidemiológico da doença no território brasileiro, a Sesa aponta uma série de cuidados importantes para prevenção relacionados à doença.

Segundo a Secretaria de Saúde, os casos confirmados no Brasil têm apresentado características leves. Entretanto, mesmo nestas situações, o isolamento do paciente se faz necessário e se caracteriza como uma das medidas mais importantes para se evitar a transmissão do vírus, uma vez que a ela pode acontecer por contato direto com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

Sntomas e o que deve ser feito

De acordo com a Sesa, além do isolamento tanto para casos leves, feito no domicílio, quanto para casos mais graves (hospitalar), têm-se também como medidas: Evitar contato próximo com casos suspeitos e/ou confirmados, como toques e beijos, especialmente daqueles que estejam com sintomas visíveis; Manter superfícies limpas; Higienização constante das mãos; Uso de máscara caso for preciso estar próximo de casos suspeitos e/ou confirmados, como utilizar o mesmo cômodo;

A Secretaria estadual lembra que estudos recentes apontam que o período de incubação (desde a exposição ao vírus até o primeiro sintoma) varia de 5 a 21 dias, sendo que a transmissão ocorre desde o início dos sintomas. “É importante que a população fique atenta aos primeiros sintomas, que incluem febre, dor de garganta, de cabeça e no corpo, além de inchaço dos gânglios e que podem evoluir, dias depois, para o surgimento de lesões na pele com pequenas erupções que podem se espalhar pelos dedos, mãos, braços, pescoço, costas, peito e pernas”, assinala a Sesa.

Atualmente, seguindo determinações técnicas do Ministério da Saúde, são considerados casos suspeitos aqueles que apresentam os sintomas acima mencionados e com os quatro vínculos a seguir:

1) histórico de contato íntimo com desconhecido/a(s) e/ou parceiro/a(s) casual(is), nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas ou;

2) ter vínculo epidemiológico com casos confirmados de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas ou;

3) histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas ou;

4) ter vínculo epidemiológico com pessoas com histórico de viagem a país endêmico ou país com casos confirmados de monkeypox, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.

A recomendação das autoridades de saúde para esses casos é que, ao surgimento desses sintomas e se enquadrando nos vínculos definidos pelo órgão federal, a pessoa deve procurar uma Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência para atendimento, notificação e investigação do caso.

Histórico

Segundo o Instituto Butantan, os atuais casos relatados na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália “parecem não ter relação com as regiões africanas, o que pode indicar uma possível transmissão comunitária do vírus”. O Butantan lembra que entre 2018 e 2021, haviam sido relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos.

A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano de varíola dos macacos foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensificados para eliminar a varíola. Desde então, a varíola dos macacos foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.

A doença ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve centenas de casos relatados no país africano e pelo menos oito casos exportados internacionalmente. Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento).

A taxa de mortalidade de casos para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%. As crianças também estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê, aponta a OMS.

O Butantan tranquiliza ao afirmar que historicamente, a vacinação contra a varíola comum mostrou ser protetora contra a varíola dos macacos. Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis e populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas. No Reino Unido, a vacina contra varíola está sendo oferecida às pessoas de maior risco.