O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, recebeu uma carta do Fórum Nacional de Governadores, onde peden uma reunião para discutir a pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Com a inexistência de uma coordenação nacional para conter a pandemia do Covid-19, a alternativa que restou aos governadores foi a ONU.
No documento é solicitada a “sensibilidade do mundo e ajuda humanitária” pela atual situação do país na crise sanitária, e a ajuda na aquisição de mais vacinas contra a covid-19.
Epicentro do Covid-19
“Atualmente, o país é considerando o epicentro da pandemia no mundo, registrando o maior número de óbitos por dia, além de apresentar enormes riscos de propagação de variantes, mais contagiosas e letais, do novo coronavírus”, diz trecho fo documento. A carta foi assinada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Segundo o consórcio de veículos da imprensa o Brasil se encontra em um momento dramático, diante da expansão de contágios e mortes pelo Covid-19. Somente nas 24 horas que antecederam esta última terça-feira (30) foram notificadas 3.688 novas mortes pela doença. A vacinação ocorre de forma lenta, devido a escassez de doses de vacinas.
Na carta é explicado que na reunião com o secretário-geral será apresentado o “Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde”, que contém medidas para combater a pandemia no país e ignorado pelo governo Bolsonaro. No documento foi lembrado que o Brasil, em governos anteriores ao atual, participou de inúmeras ajudas humanitárias.
O risco que o Brasil passou a proporcionar para os países vizinhos e para o mundo, como um celeiro de criação de variantes do Covid-19, também foi relatado. Também foi dita a preocupação da comunidade científica mundial e dos líderes dos Estados-membros da ONU.
Escassez de insumos
A carta ainda destacou que os governadores se viram obrigados a adotar medidas restritivas em seus Estados, evitando assim a propagação do vírus, mesmo enfrentando escassez de insumos hospitalares, como oxigênio, medicamentos e a falta de profissionais da saúde.
“Computam-se diariamente mais de três mil óbitos, número que assusta e merece atenção redobrada de instituições e organizações que possam somar esforços para a superação dessa devastadora crise sanitária. Além das medidas restritivas, convém acelerar o processo de vacinação, especialmente nos meses vindouros de abril e maio”, conclui a carta.