Sem uma política governamental de fortalecimento da economia e do emprego, pelo segundo trimestre consecutivo o produto interno bruto (PIB) brasileiro, aferido pelo IBGE, sofreu queda e de acordo com os manuais de Economia, quando isso ocorre o país entra em recessão técnica. No terceiro trimestre deste ano (julho a setembro) o PIB, comparado ao segundo semestre deste ano (abril, maio e junho) foi reduzido em 0,1%, mas a queda na atividade do agronegócio foi de 8%, enquanto o setor industrial ficou em 0% e o segmento de serviços foi o único a apresentar saldo positivo de 11%.
Neste último trimestre a economia movimentou R$ 2,2 trilhões, de acordo com o IBGE. De acordo com definição do IBGE, o PIB mede os bens e serviços finais para evitar dupla contagem. Se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão. Para o cálculo do PIB, são utilizados 12 indicadores; alguns produzidos pelo IBGE, outros provenientes de fontes externas. Essas são algumas das peças que compõem o quebra-cabeça do PIB:
A definição do estado de recessão econômica está diretamente ligada aos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) de um país, calculado a cada três meses.Dessa forma, quando esse indicador apresenta resultados de queda por dois períodos consecutivos, o sinal de alerta já é ligado. Isso porque, nesses casos, considera-se que há um estado de recessão técnica, resultado das quedas nas atividades econômicas. Quando essa situação negativa se prolonga e suas consequências se tornam mais severas, a definição de recessão econômica passa a ser uma realidade.
Apesar de a indústria ter ficado, na média, com 0% no último trimestre, sem queda ou crescimento, o IBGE informou que entre as atividades industriais, houve quedas de 1,1% em eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 1,0% nas Indústrias de transformação e de 0,4% nas Indústrias extrativas. Apenas a construção apresentou crescimento de 3,9%.
Apenas o setor serviços cresceu
Segundo análise do IBGE, nos setor Serviços, com média de elevação de 1,1%, foram registrada altas em setores específicos, como: Outras atividades de serviços (4,4%), Informação e comunicação (2,4%), Transporte, armazenagem e correio (1,2%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As Atividades imobiliárias (0,0%) ficaram estáveis, ao passo que houve variações negativas em Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,5%) e Comércio (-0,4%).
Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo teve variação negativa de 0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A Despesa de Consumo das Famílias teve expansão de 0,9% e a Despesa de Consumo do Governo cresceu 0,8%. No setor externo, tanto as Exportações de Bens e Serviços (-9,8%) quanto as Importações de Bens e Serviços (-8,3%) tiveram quedas em relação ao segundo trimestre de 2021.