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“Comerciante nenhum pode ser responsabilizado pela ordem pública”, diz vereador Aloisio Varejão em resposta aos ataques ao Bar da Zilda


O tradicional bar no Centro Histórico de Vitória (ES) é o reduto dos sambistas, das pessoas de esquerda e do movimento LGBTI+ e vem sendo atacado pela direita bolsonarista medieval


Vereador Aloisio Varejão (PSB) defendeu a dona do bar, Zilda Antonia de Aquino, dizendo que comerciante nenhum pode ser responsabilizado por temas que são de competência das autoridades | Vídeo: TV Câmara de Vitória

O uso político e ideológico da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Vitória (ES) por um de um vereador bolsonarista do Republicanos, com o intuito de aterrorizar o Bar da Zilda, no Centro Histórico de Vitória, há mais de uma semana, o assunto continua ecoando dentro do plenário da Câmara da Capital capixaba. Nesta segunda-feira, logo após o vereador bolsonarista, Armando Fontoura Borges Filho (Podemos), que se notabilizou em ser funcionário fantasma do atual vereador bolsonarista Luiz Emanuel Zouain (Cidadania), ter elogiado a ação político-ideológicas das forças de segurança, o vereador Aloisio Varejão (PSB) defendeu a proprietária do bar, Zilda Antônia de Aquino.

“Agora, depois dos eventos, como é o caso aqui do Bar da Zilda, os ocorridos comerciante nenhum pode ser responsabilizado por isso. Quem deve manter a ordem pública é a Guarda, Polícia Militar, Ministério Público, Comissão de Menores. Existem órgãos para isso. Agora, já pensou se o comerciante tem que tratar disso? Fiscalizar quem está vendendo drogas, quem está se prostituindo. É impossível. Isso não existe. Nós temos órgãos responsáveis por essa demanda, para manter a ordem pública”, disse Varejão no plenário da Câmara nesta última segunda-feira (13).

Armando Fontoura se notabilizou nacionalmente ao ter divulgado o vídeo onde batia ponto de bermunda na Câmara de Vereadores e voltava para o lazer na praia e era funcionário fantasma do vereador Luiz Emanuel | Vídeo: Arquivo/Câmara

Funcionário fantasma

Antes, o bolsonarista e ex-líder do movimento de extrema direita “Vem pra Rua”, Armando Fontoura não comentou sobre o comum tráfico de drogas, principalmente cocaína na Praia do Canto, bairro do subúrbio onde mora, mas optou em atacar o Centro Histórico de Vitória, que chamou de “subúrbio” e falou de um suposto tráfico de drogas e de uma “libertinagem”, que não provou. Usou sem propriedade a frase de que “as famílias de bem ficam acuadas na região da beira-mar”. Mas, não disse o real motivo, que é a falta de segurança proporcionada pela Prefeitura e pela PM. De madrugada não passa uma única viatura da Guarda Municipal e os moradores não veem ronda da PM.

Em 2013, o então membro do PSDB quando era funcionário fantasma do vereador Luiz Emanuel, que atualmente é bolsonarista, teve imagem de chegar de bermuda na Câmara de Vereadores, bater o ponto, e voltar para o lazer na praia. O caso somente se tornou público e teve repercussão nacional porque Fontoura passou a ser liderança do “Vem pra Rua”, que se dizia ser contra a “corrupção”. A ,partir de 20 de março de 2013, ele deixou de “trabalhar” no gabinete de Luiz Emanuel, após os dois se divergirem politicamente.

Bar da Zilda

Os constantes ataques dos bolsonarista que administram a Prefeitura de Vitória contra o Bar da Zilda é que o local é o ponto de encontro das lideranças de esquerda de Vitória, dos sambistas e principalmente da Escola de Samba Unidos da Piedade e do movimento LGBTI+. Os clientes do Bar da Zilda não gostam dos bolsonarista e eles não são bem-vindos no local. O bar fica logo após o Palácio da Fonte Grande, na Rua Maria Saraiva, entre a Rua Sete de Setembro e a Rua Graciano Neves, próximo a Escadaria da Piedade.

A Coordenadora de Ações e Projetos da Grupo, Orgulho, Liberdade e Dignidade, (Gold), Deborah Sabará, cuja sede fica no Centro de Vitória, expressou a sua indignação do uso político da PM e da Guarda Municipal para uma ação político-ideológica promovida por um vereador bolsonarista. Ela comparou a ação da troupe de extrema-direita ao Bar da Zilda ao que ocorreu no Bar Stonewall, em Nova York, no dia 28 de junho de 1969, e cuja revolta gerou o Dia do Orgulho Gay em todo o mundo em Nova. A data que gera as passeatas gay em todo o planeta é a que lembra essa ação contra o movimento LGBTI+ em 1969.