Representantes do Comitê em Defesa do Banestes Público e Estadual ocuparam as galerias da Assembleia nesta semana para protestar contra o projeto de lei (PL) 77/2022 do governador e secretário nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), José Renato Casagrande, abre caminho para a venda fatiada do banco estadual e de suas subsidiárias. A manifestação ocupou a galeria do legislativo estadual com faixas “Esse banco é da nossa conta”.
De acordo com o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibnacários-ES), nesta última terça-feira (22), o Banestes anunciou os resultados de 2021 onde apontou o lucro recorde de R$ 251 milhões. Segundo os sindicalistas, nem com essa lucratividade o governador do PSB se demoveu do seu objetivo de fatiar a venda do banco. ‘Casagrande enviou para a Assembleia o PL que lhe dá carta branca para negociar os ativos do Banestes”, resume os dirigentes sindicais.]
Lucro recorde em 2021
O entendimento do Sindibancários é que o Banestes não promoveu uma ampla divulgação do recorde de lucro para não contrariar o desejo de privatização do atual governador. O resultado financeiro foi apenas publicado no site institucional, para atender as exigências legais. O lucro líquido de R$ 251 milhões representou um aumento de 8,1% acima do lucro líquido de 2020, que foi de R$ 232 milhões. “O Banestes preferiu não dizer diretamente, não se sabe por que, mas o resultado de 2021 é novo recorde histórico do banco”, assinalou o sindicato. O resultado apontou crescimento das receitas com crédito (+12,1% em 12 meses) e das receitas com operações de tesouraria (+62,3% em 12 meses).
Quem olha para os resultados do Banestes nos últimos anos percebe que o banco vem num crescente, diz o diretor do Sindicato dos Bancários-ES Jonas Freire. De 2015 para cá, o lucro sempre esteve acima de R$ 150 milhões. Em 2019, 2020 e 2021, o lucro rompeu a casa dos R$ 200 milhões. “Por isso causou indignação e surpresa ao Comitê em Defesa do Banestes Público e Estadual, quando recebemos a informação de que o governo do Estado encaminhou um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa, que permite à direção do Banestes adquirir, diretamente ou por meio de suas subsidiárias, participações em sociedades, especialmente de tecnologia, startups ou fintechs, nacionais ou estrangeiras, bem como criar novas subsidiárias, controladas direta ou indiretamente pelo banco”, completou o sindicalista.
O PL do governador do PSB permite à direção do Banestes adquirir, diretamente ou por meio de suas subsidiárias (Seguradora, Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e Corretora), “participações em sociedades, especialmente de tecnologia, startups ou fintechs, nacionais ou estrangeiras, bem como criar novas subsidiárias, controladas direta ou indiretamente pelo banco”.
“Punhalada nas costas”
O diretor do Sindibancários-Es, que está à frente das articulações do Comitê, diz que o PL do governador Renato Casagrande “é mais uma punhalada nas costas dos banestianos, das banestianas e do povo capixaba, verdadeiros donos do Banestes”. Ele complementa: “Casagrande traiu o compromisso firmado com o Comitê”. O dirigente recorda que na ocasião da campanha ao governo, Casagrande garantiu que não venderia o Banestes e suas subsidiárias“. O PL confirma que o compromisso firmado não passou de uma promessa eleitoreira para conquistar os votos dos bancários e das bancárias do Banestes”.