Trinta e um congressistas democratas dos Estados Unidos enviaram pedido ao presidente americano, Joe Biden, para que reconheça imediatamente os resultados da eleição no Brasil, devido às ameaças do atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL) em vir questionar em caso de confirmação da sua derrota neste domingo (30)
O alerta dos senadores americanos ao presidente dos Estados Unidos vem da recusa do atual presidente brasileira e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), em admitir que respeitará o resultado da eleição e, na ausência de denúncias fundamentadas de irregularidades por observadores eleitorais independentes credíveis, os Estados Unidos e a comunidade internacional deve estar preparada para reconhecer prontamente os resultados anunciados pelo autoridade em 30 de outubro, assinala trecho da carta. “Os Estados Unidos e a comunidade internacional devem estar preparados para reconhecer imediatamente os resultados anunciados pela autoridade eleitoral brasileira” assinala o senador democrata Patrick Leahy em postagem no Twitter.
Devido à política de destruição da Amazônia, implementada pelo atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), as eleições brasileiras, neste segundo turno, estão sendo acompanhadas de perto pelos países mais desenvolvidos. Os congressistas americanos demonstram preocupação diante de Bolsonaro vir apontando, em diversas ocasiões, e sem provas, a possibilidade de “fraude”, devido ao sistema de votação eletrônica, e já até ameaçou não reconhecer os resultados.
“Apesar do claro compromisso da sociedade brasileira com a democracia, há fortes temores de que, se Bolsonaro perder, questionará os resultados do segundo turno, quando a diferença entre Bolsonaro e Lula pode ser muito mais apertada”, alegam os 31 congressistas dos Estados Unidos.
Congresso americano quer EUA defendendo a democracia brasileira
Caso Bolsonaro implemente o seu plano e venha a “rejeitar ativamente os resultados das eleições, devemos estar preparados para defender, inequivocamente, a democracia no Brasil”, acrescentam. Os parlamentares americanos insistem em que “é sumariamente importante que os Estados Unidos denunciem qualquer tentativa de incitar a violência política no e depois do dia da eleição”, porque a pedra angular das relações entre os dois países deve ser “um compromisso compartilhado com a democracia e os direitos humanos”.
Nesta última sexta-feira (28), em nova carta a Biden, eles lembram que em setembro último, um grupo de congressistas democratas já havia pedido ao presidente americano que isolasse o Brasil, “caso houvesse tentativas de subverter o processo eleitoral”. Na carta à Biden, eles ainda afirmam que Bolsonaro estaria atuando de modo semelhante a Donald Trump, que contestou a vitória de Biden em 2020 com alegações jamais comprovadas.
“Há fortes temores de que, se Bolsonaro perder, ele vá contestar os resultados do segundo turno, quando a diferença entre Bolsonaro e Lula pode vir a ser reduzida. Segundo aliados de Bolsonaro, ele já está supostamente trabalhando em um ‘projeto de resistência ao estilo Donald Trump’ no caso de perder a eleição. Se esses temores se confirmarem e Bolsonaro rejeitar ativamente os resultados das eleições, devemos estar preparados para nos posicionar inequivocamente em defesa da democracia no Brasil”, escrevem na mensagem.
Para ler o original da carta, em arquivo PDF, no portal oficial do Senado dos Estados Unidos, é só clicar neste link.
Íntegra da Carta dos congressistas americanos (traduzida) ao presidente Biden:
Presidente Joseph Biden
À Casa Branca
Washington, DC 20500
Prezado Sr. Presidente,
Escrevemos hoje para dar seguimento a uma carta que vários de nós enviamos em 9 de setembro de 2022, expressando preocupação com os repetidos ataques às instituições democráticas do Brasil, no contexto da eleição presidencial. Enquanto o país se encaminha para o segundo turno das eleições, em 30 de outubro de 2022, esta questão continua a ser uma preocupação crescente. Dada a recusa do presidente Bolsonaro em admitir que respeitará o resultado da eleição e, na ausência de denúncias fundamentadas de irregularidades por observadores eleitorais independentes credíveis, os Estados Unidos e a comunidade internacional deve estar preparada para reconhecer prontamente os resultados anunciados pelo autoridade em 30 de outubro.
Poucas semanas antes do primeiro turno das eleições presidenciais de 2 de outubro, o presidente Bolsonaro declarou que se ele “conseguir menos de 60% dos votos, algo anormal aconteceu no TSE (Supremo Tribunal Eleitoral)”. O ex-presidente Lula recebeu 48,43% dos votos, enquanto Bolsonaro obteve 43,2% dos votos. Quando perguntado se os resultados foram precisos, Bolsonaro se recusou a reconhecer sua confiabilidade e disse que esperaria por um Relatório das Forças Armadas. Uma vez finalizado o relatório das Forças Armadas, não detectando nenhuma fraude, o Presidente Bolsonaro se recusou a divulgá-lo publicamente alegando que seus resultados não correspondiam ao que ele esperava.
Como as eleições de 2 de outubro demonstraram, o sistema de votação eletrônica do Brasil é amplamente considerado ser um dos sistemas de votação mais seguros e confiáveis do mundo. Bolsonaro repetidamente não apresentou qualquer prova para apoiar suas alegações e o judiciário brasileiro, legislativo e militares já defenderam a legitimidade do processo democrático do país.
Não obstante o claro compromisso da sociedade brasileira com a democracia, há fortes temores de que se Bolsonaro perder ele vai contestar os resultados do segundo turno, quando a diferença entre Bolsonaro e Lula poderiam ser muito mais próximos. Segundo aliados de Bolsonaro, ele já está supostamente trabalhando em um “projeto de resistência ao estilo Donald Trump” no caso de ele perder a eleição. Se esses temores são confirmados e Bolsonaro rejeita ativamente os resultados das eleições, então devemos ser preparados para se posicionar inequivocamente em defesa da democracia no Brasil.
Segundo estudo divulgado pela Terra de Direitos e Justiça Global, o número de casos de violência política registrada em 2022 já são significativamente maiores do que em 2018. Antagonismo entre Bolsonaro e Lula da Silva se torna ainda mais direto à frente do segundo rodada, as tensões dentro da população em torno do dia das eleições também podem aumentar. Portanto, é criticamente importante que os Estados Unidos denunciem qualquer tentativa de incitar a violência política e após o dia das eleições no Brasil.
Um compromisso compartilhado com a democracia e os direitos humanos deve ser a pedra angular da aliança EUA-Brasil aliança. À medida que esses princípios democráticos básicos são testados, nossa responsabilidade é estar ao lado do Povo brasileiro em defesa de eleições livres, justas e transparentes.
Sinceramente,
Patrick Leahy
Senador dos Estados Unidos
Robert Menéndez
Senador dos Estados Unidos
Benjamin L. Cardin
Senador dos Estados Unidos
Jeffrey A. Merkley
Senador dos Estados Unidos
Richard J. Durbin
Senador dos Estados Unidos
Bernard Sanders
Senador dos Estados Unidos
Tim Kaine
Senador dos Estados Unidos
Sherrod Brown
Senador dos Estados Unidos
Chris Van Hollen
Senador dos Estados Unidos
Susan Wild
Membro do Congresso
Jan Schakowsky
Membro do Congresso
Raúl M. Grijalva
Membro do Congresso
Henry C. “Hank” Johnson, Jr.
Membro do Congresso, Tribunais, Intelectuais, Propriedade e Internet
Sheila Jackson Lee
Membro do Congresso
Albio Sires
Membro do Congresso
Barbara Lee
Membro do Congresso
Joaquin Castro
Membro do Congresso
Tom Malinowski
Membro do Congresso
Dina Titus
Membro do Congresso
Alan Lowenthal
Membro do Congresso
James P. McGovern
Membro do Congresso
Gerald E. Connolly
Membro do Congresso
Eleanor Holmes Norton
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Maxine Waters
Membro do Congresso
Andy Levin
Membro do Congresso
Jamie Raskin
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Juan Vargas
Membro do Congresso
Mondaire Jones
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Jesús G. “Chuy” García
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Mark Pocan
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Gregory W. Meeks
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