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Conselho aprova nome de Mercadante para presidente do BNDES


Indicações de três diretores também foram aprovadas. Lula e o PT combatem Fake News sobre os financiamentos internacionais do BNDES


Letreiro na entrada do Edifício sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Centro do Rio de Janeiro | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou hoje (25), por unanimidade, os nomes de Aloizio Mercadante (presidente), Tereza Campello, Natalia Dias e Helena Tenorio para comporem a diretoria da instituição. Os aprovados se juntam aos diretores já nomeados Alexandre Corrêa Abreu, José Luis Gordon, Nelson Barbosa e Luiz Navarro. As informações são da Agência Brasil.

O novo presidente, Aloizio Mercadante, é graduado em economia pela Universidade de São Paulo (1976), com mestrado em ciência econômica (1989) e doutorado em teoria econômica (2010), pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor licenciado de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e aposentado da Unicamp, Mercadante foi deputado federal por dois mandatos (1991/1995 e 1999/2003). Em 2002, foi eleito o senador, tendo permanecido no mandato até 2011.

Mercadante foi ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (2011/2012), da Educação (2012/2014), ministro Chefe da Casa Civil (2014/2015), e novamente titular da pasta da Educação (2015/2016). Ao assumir o banco, ele deixa a presidência da Fundação Perseu Abramo.

Novas diretoras

Tereza Campello é economista, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde Nupens da Universidade de São Paulo (USP) e professora do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas em Saúde da Escola Fiocruz de Governo. Também é doutora notório saber em saúde pública pela Fundação Oswaldo Cruz, com pós-doutorado em segurança alimentar pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

Entre 2020 e 2022, Tereza foi titular da cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis da Faculdade de Saúde Pública da USP. Foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome entre 2011 e maio de 2016. Entre 2002 e 2011, esteve à frente de projetos como o Plano Nacional de Mudanças Climáticas.

Natália Dias possui mais de 25 anos de experiência em bancos de investimento, atuando em instituições financeiras como JP Morgan Chase, Bank of America Merril Lynch, ING Bank e Banif Investment Banking. Também ocupou o cargo de presidenta executiva do Standard Bank Brasil, posicionando-o como banco de referência para grandes multinacionais que fazem negócios com a África, tendo alcançado Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 25% em quatro anos.

Natália possui experiência e profundo conhecimento dos mercados financeiro, bancário e de capitais, finanças e governança corporativa. É ativista de diversidade e inclusão, além de investidora e mentora em projetos de impacto social.

Helena Tenorio é funcionária de carreira do BNDES há 25 anos e possui graduação e mestrado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e MBA Executivo pelo COPPEAD-UFRJ. Além disso, cursou Economic Development Thinking, na Harvard Kennedy School, e Master in Digital Transformation, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).  No BNDES, Helena desempenhou funções nos segmentos de mercado de capitais, exportação, planejamento, comunicação e relacionamento institucional.

Fotos com legendas utilizadas pelo presidente Lula na sua conta no Telegram, onde explica que os financiamentos internacionais do BNDES não são empréstimos a outros países | Imagens: Telegram

Lula usa o Telegram para combater fake news sobre BNDES

“Vem ver aqui a verdade sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre fake news que a oposição voltou a usar contra financiamentos do BNDES no exterior. A explicação veio através do uso de legendas em fotos. Na primeira diz que “o BNDES não financia outros países”. “Ele financia empresas brasileiras”, complementa.

“O financiamento é feito para empresas brasileiras que vão exportar e gerar empregos aqui no Brasil”, diz outra foto-legenda. “O BNDES financia exportação de produtos de empresas nacionais”, diz em um terceiro quadro. Em outro afirma que “Não há risco de prejuízo. Os acordos do BNDES tem garantias, seguro e há uma larga tradição de receber o que emprestou.”

PT apresentou tira-dúvidas sobre os financiamentos internacionais

O PT divulgou em seu portal oficial um tira-dúvidas para combater os fake news dos opositores ao atual governo. O financiamento de exportação de engenharia não só fortalece o mercado de trabalho e a indústria brasileira como pode ser um impulsionador do desenvolvimento de toda a América Latina, o que também é muito positivo para o Brasil”, iniciou.

“Afinal, como lembrou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acompanha Lula na viagem à Argentina, o desenvolvimento dos demais países favorece o crescimento do Brasil. Haddad lembrou, por exemplo, que são os países sul-americanos que compram os produtos manufaturados brasileiros. Uma América do Sul empobrecida significaria um prejuízo nas exportações brasileiras”, afirma o partido. “Nossas exportações de manufaturados são para América do Sul. Se a gente perder esse espaço, aumenta a desindustrialização na região”, completou.

Outro exemplo citado, também apresentado nessa viagem à Argentina, é a possibilidade de o BNDES financiar empresas brasileiras que fornecerão peças para a conclusão do gasoduto de Vaca Muerta, gigantesca reserva de gás natural no país vizinho. Ao concluir o gasoduto, a Argentina poderá vender seu gás, e o Brasil terá mais uma opção de adquirir o produto, diminuindo sua dependência da Bolívia.

1. O BNDES não empresta para outros países, mas para empresas brasileiras

Dizer que o Brasil pega dinheiro e empresta para que outros países façam seus portos, metrôs e outras obras é uma mentira espalhada de propósito para confundir a opinião pública. O que o BNDES faz é emprestar para as empresas brasileiras que querem exportar seus serviços.

Por exemplo: um país deseja construir um porto. Uma empresa brasileira pode entrar na concorrência e ser contratada pelo governo desse outro país para fazer a obra.

Mas, para entregar esse serviço, essa empresa precisa “gastar” antes de receber. Ela vai precisar, por exemplo, produzir e exportar máquinas, contratar engenheiros que vão planejar a obra etc.

Para conseguir fazer esse investimento inicial, ela pode recorrer ao BNDES e tomar dinheiro emprestado. Então, o BNDES está emprestando para a empresa brasileira, não para outro país.

O dinheiro nem sai do Brasil. O empréstimo é feito em real para a empresa brasileira. E é a empresa que fica devendo o BNDES.

2. É um empréstimo igual ao feito a qualquer exportador brasileiro

Uma forma de entender melhor esses empréstimos feitos a empresas de engenharia é perceber que eles são iguais aos empréstimos feitos ao agronegócio, por exemplo.

Vamos supor que um país quer comprar soja do Brasil. Um fazendeiro brasileiro pode negociar com esse país e garantir que vai entregar x toneladas de soja todo ano para aquele país.

Antes de vender a soja, porém, esse produtor vai precisar “gastar”, ou seja, fazer um investimento. Ele vai comprar máquinas de plantio e irrigação, vai contratar funcionários para plantar e colher, vai contratar técnicos que vão preparar o solo, vai comprar fertilizante, vai contratar o transporte que vai levar a soja até o porto etc.

E, para conseguir o dinheiro necessário para esse investimento inicial, ele pode recorrer a um banco público (como o Banco do Brasil, a Caixa e o BNDES) e fazer um empréstimo.

Nos dois casos, os bancos estão emprestando para um exportador brasileiro. Só que um exporta soja, o outro exporta engenharia. Então, dizer que o BNDES deu dinheiro para um governo fazer uma obra é tão absurdo quanto dizer que Brasil deu dinheiro para outro país comprar soja.

3. O dinheiro do BNDES não vai contratar trabalhadores estrangeiros

A prova de que os empréstimos são iguais é que, no caso das empresas de engenharia, o financiamento do BNDES não cobre, por exemplo, bens adquiridos no exterior ou gastos com mão de obra de trabalhadores que estão no outro país.

Ele cobre exclusivamente os bens e serviços de origem brasileira utilizados na obra. Lembrando: o empréstimo é feito em real, dentro do Brasil, para a empresa brasileira.

4. Se o governo do outro país não pagar, ele fica devendo à empresa, não ao BNDES

Como o governo do outro país assinou contrato com a empresa brasileira, caso ele deixe de pagar, ele fica devendo a empresa, não o BNDES.

Já a empresa brasileira faz seguros que cobrem algum prejuízo caso o governo do outro país atrase os pagamentos. Assim, as chances de o BNDES tomar calote são bastante reduzidas.

5. Ajudar empresas a exportar engenharia é vantajoso para o Brasil

Como vimos, quando uma empresa brasileira exporta seus serviços de engenharia, ela acaba exportando máquinas e contratando mão de obra bastante qualificada. Isso fortalece tanto o mercado de trabalho quanto a indústria do Brasil.

Se a obra não for feita por uma empresa brasileira, uma empresa de outro país vai realizá-la. E, aí, vai ser a indústria e os trabalhadores desse país que vão ser beneficiados.

6. As empresas brasileiras acabam lucrando e participando do crescimento de toda a região

Além das vantagens para o mercado de trabalho e a indústria brasileira, o fato de os países da América Latina poderem contratar os serviços de engenharia do Brasil ajudam também no desenvolvimento de toda a região, o que também é positivo para o Brasil.

Quanto mais todo o continente se desenvolver, mais fortalecido será seu mercado interno e mais oportunidades haverá para o comércio entre as nações da região. Isso, consequentemente, traz impactos positivos na industrialização e na geração de empregos desses países. Em outras palavras, se se desenvolverem juntos, os países latino-americanos podem crescer muito mais.

Um exemplo perfeito disso pode ser o gasoduto de Vaca Muerta, mencionado acima. O BNDES pode ajudar empresas brasileiras a vender tubulações para a Argentina, a um preço mais barato que o das peças chinesas, por exemplo. Depois que o gasoduto ficar pronto, a Argentina poderá vender seu gás ao Brasil, que não dependerá tanto da Bolívia. Assim, todos ganham.