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Consultas e exames no CRE Metropolitano demoram mais de 5 anos e Sesa diz que faltas superam a 30%


Mais de 30% das consultas com especialistas no CRE Metropolitano foram perdidas por faltas no ano passado, lamenta a Secretaria de Estado da Saúde


Exame solicitado pelo medico há cinco anos, ainda não atendido e o novo pedido no ano passado, onde o profissional de Medicina reitera a solicitação, mas que também foi ignorado pela Sesa | Imagens: Divulgação Sesa e guias de solicitação de exame

As demoradas consultas com médicos especialistas, onde as autoridades de saúde chegam atrasar em mais de cinco anos para fazer os agendamento, acaba tendo como consequência a desistência de praticamente um terço dos pacientes, que deixam de ir na consulta após longo tempo de espera. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no ano passado cerca de 31% dos pacientes desistiram de ir na consulta e nem deram satisfação. A Sesa não informa o que está causando o elevado percentual de desistência.

A demora no agendamento de um médico especialista, onde em alguns casos chega a superar cinco anos na fila de espera. Segundo pacientes ouvidos, após longos anos de espera, quando surge a vaga há alguns fatores que devem ser levados em conta. É dada a explicação de que ocorre de parentes ou um grupo de vizinhos, amigos e colegas de trabalho fazer vaquinha e pagar  um médico ou exame particular, ou ainda há casos onde a doença evolui para algo mais grave e aquela consulta/exame deixou de ser necessária, além de pacientes que vem a óbito sem nunca ter sido atendido.

Sesa se diz preocupada com as faltas

“Entretanto, um dado que ainda preocupa é o de absenteísmo, ou seja, o não comparecimento do paciente, sem qualquer comunicação prévia. Esse dado chegou a 31% do total de 53.043 marcações.” diz a Sesa em um comunicado à imprensa, onde a Secretaria não esclarece o que está motivando uma desistência tão elevada.

A demora em agendar uma consulta ou um exame de maior custo existe e é real, mesmo com a Secretaria da Saúde não entrando nesse detalhe. É o caso de um paciente atendido na Unidade de Saúde do Centro de Vitória, em 8 de janeiro de 2019, com fortes dores e edema nas pernas. Naquela data a médica fez a solicitação para ser feita uma Ultrassonografia Doppler. Esse pedido foi ignorado.

Quatro anos depois, com a piora do quadro, o médico da mesma Unidade de Saúdem voltou a fazer o pedido de exame, grafando da seguinte forma: “Grupo – Ultrassonografia Dopplerm – Sesa”, e ainda alertou no seu pedido à Sesa: “Com varizes calibrosas, em MMII, acompanha com angiologista que solicitou esse exame”. Também não adiantou nada. Continua sem o exame.

Secretaria diz investir na qualidade é importante para o Governo

O superintendente da Regional de Saúde de Vitória, Heber de Souza Lauar, destacou que investir na qualidade dos serviços de saúde e no atendimento aos usuários é prioridade do Governo do Estado. “Cada paciente é importante, mas é primordial que quando um deles, por qualquer motivo, não possa comparecer à consulta, que avise com antecedência. Assim, essa vaga não será desperdiçada e poderá ser ofertada a outro usuário que necessite”, frisou.

Lauar ressaltou ainda que a conscientização de cada um é vital para o bom funcionamento de todo o processo que envolve o bem-estar daqueles que precisam de atendimento especializado. “Cada um fazendo a sua parte, o poder público e a sociedade, quem ganha é o usuário e a saúde”, completou o superintendente metropolitano.