“Ocupamos a bolsa de valores de São Paulo, maior símbolo da especulação e da desigualdade social. Enquanto as empresas lucram, o povo passa fome e o trabalho é cada vez mais precário. Quem segura o Bolsonaro lá são os donos do Mercado!’. A afirmação foi feita pelos ativistas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) através do Twitter para informar sobre a ocupação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a B3. O protesto, que começou por volta das 15h15 desta tarde de quinta-feira (23) é contra a fome, a inflação e o desemprego no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na hora da ocupação a Bovespa operava em alta de 1,58%.
A Bovespa é uma das maiores do mundo e é onde são realizados cerca de 70% dos negócios da América Latina acontecem na B3, que é capaz de processar mais de 10 milhões de negócios por dia. É por meio da bolsa brasileira que investidores conseguem ter acesso a diversas alternativas de investimento – especialmente as ações, commodities, fundos, entre outras. A manifestação, mesmo ocorrendo no local do pregão, não afetou às negociações, já que elas são realizadas eletronicamente.
Dois Brasis
“Os lucros recordes dos bancos, o aumento de grandes fortunas e o surgimento de 42 novos bilionários no mesmo país onde a insegurança alimentar atinge mais de 116 milhões de pessoas e a fome já é uma realidade para mais de 19 milhões precisa acabar”, alegaram os manifestantes nas redes sociais. Em outra postagem no Twitter, o MTST apontou para a existência de dois Brasis, “um Brasil em que a bolsa está cheia de valores e um Brasil em que a bolsa da maioria da população está vazia”.
Haviam muitos cartazes. Entre esses o que dizia: “Brasil tem 42 novos bilionários enquanto 19 milhões passam fome”. Em outro, uma manifestante ostentava no cartaz: “Tá tudo caro! A culpa é do Bol$onaro!. Em outro, com desenho de ossos, para lembrar a alimentação atual de alguns brasileiros que disputam os ossos doados por açougues, outro cartaz dizia: “Sua ação financia a nossa miséria”.