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Coronéis da PM falam em carta ao governo sobre uma possível nova greve ilegal na corporação

A PM pode estar se preparando para uma nova greve ilegal. Dessa vez a insubordinação é dos coronéis | Foto: Divulgação

Há um clima para um possível novo motim predominando dentro da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) e desta vez a insubordinação parte de 15 coronéis e todos com cargo de confiança e integrantes do  Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM). Existe um crescimento do bolsonarismo dentro das policias militares de todo o Brasil e no Espírito Santo não é diferente. A própria Corregedoria da PM tem dado mostras de combater, com abertura de inquérito, os policiais militares que ousam criticar o presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro (PL), mas ignora os PMs que criticam o Supremo Tribunal Federal e elogiam Bolsonaro nas redes sociais e em manifestações a favor do presidente.

O atual confronto que a elite da PM está tendo com o governo Renato Casagrande (PSB) tem uma motivação diferente do que poderia ser atribuídi como insatisfação política com o atual governador. Os coronéis colocaram em três folhas de papel em uma missiva denominada de “Carta dos coronéis da PM” e com timbre oficia e que foi dirigida ao secretário de Segurança Pública e Defesa Social e também coronel da PM,  Alexandre Ortanti Ramalho. Os coronéis ainda reclamam de reajustes salariais pleiteados e não obtidos. Leia a seguir a carta que os coronéis enviaram ao governo do Estado demonstrando a sua insatisfação, em arquivo PDF:

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Ameaças

Na carta, os coronéis fazem um arrozoado sem entrar na questão política e nem no bolsonarismo que impregna as corporações das PMs brasileiras. No documento alegam que  não querem apenas cumprir as ordens, como é de praxe nas corporações militares em todo o mundo. Exigem também ter mais poder de opinar sobre as decisões do governo do Estado que abrangem a PM. Dizem que o alto comando não opina sobre as decisões da corporação e que falta diálogo com o governo do Estado.

Para aterrorizar, na carta admitem que há desmotivação e insatisfação com a atual gestão da PM e fazem ameaças de que há um clima de insatisfação que poderia levar a uma nova greve ilegal. “Sobressalta uma inquietação em vários níveis,  que tem sido vivenciada no dia a dia desse colegiado da Corporação” e fazem ameaças.

As ameaças são indiretas, como uma lembrança do motim que gerou um a greve de policiais militares e que elevou assustadoramente a quantidade de assassinatos, assaltos e demais crimes em todo o Espírito Santo. “A preocupação maior é certamente a formação de um  cenário, já presenciado em tempo pretérito, onde a ausência do diálogo conduziu para consequências inesquecíveis e danosas para toda a Corporação”. Na carta, os PMs não lembram que o motim anterior desencadeou conseqüências desastrosas para o contribuinte que é quem paga os salários dos militares.

Quem assina

Assinam a carta os seguintes coronéis: 1) coronel QOCPM Alessandro Juffo Rodrigues, diretor de Administração da Frota; 2) coronel QOCPM Alessandro Marin, diretor de Educação; 3) coronel QOCPM Carlos Alberto Bariani Ribeiro, comendante do 5º CPOR; 4) coronel QOCPM Carlos Ney de Souza Pimenta, comandante do Policiamento Ostensivo Especializado, 5) coronel QOCPM Edmilson Batista Santos, diretor de Saúde. 6) coronel QOCPM Evandro Teodoro de Oliveira, diretor Ciodes Metropolitano; 7) coronel José Augusto Piccoli de Almeida, controlador da PMES.

Ainda assinaram: 8) coronel QOCPM Laurismar Tomazelli, comandante do 6º CPOR; 9) coronel QOCPM Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça, corregedor da PM; 10) coronel QOCPM Marcelo Pinto Abreu, comandante do 1º CPOR; 11) coronel QOCPM Marcio Eugenio Sartório,  diretor de Finanças e 12) coronel QOCPM José Pimentel, comandante do Policiamento Ostensivo Noroeste.