Os senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia vão ouvir em depoimento, nesta quinta-feira (13/5), o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo com o objetivo de apurar a proposta feita ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o fornecimento de 70 milhões de doses da vacina contra o Covid-19 no dia 12 de setembro do ano passado. Os parlamentares estão municiados com o depoimento do ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, que mesmo tendo mentido para a CPi entregou a proposta da empresa.
O conteúdo da carta, cuja íntegra pode ser baixada no final desta matéria por download em arquivo PDF e uma entrevista de Wajngarten à revista Veja, cujo trecho do áudio liberado pela publicação também está nesta matéria, foi o que motivou a oitiva do ex-secretário de Bolsonaro. No áudio o ex–chefe da Secom afirma ao repórter da Veja que não foi negligência de Bolsonaro, mas “incopetência”. O colegiado quer saber o que motivou o engavetamento da proposta da Pfizer por três meses pelo presidente e, com isso, gerou no país milhares de mortes pelo novo coronavíorus.
“Sem resposta”
Na carta, o presidente mundial do laboratório, Albert Bourla, diz que se encontrou com representantes dos ministérios da Saúde e da Economia e da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Bourla ainda afirma na carta que foi apresentada proposta para o governo federal visando “proteger milhões de brasileiros”. E na mesma carta ainda expressa uma reclamação: “Mas até o momento não recebemos uma resposta”.
A carta é um documento que pode contribuir para incriminar o presidente Bolsonaro a ser incriminado no Tribunal Penal Internacional (TPI) como sendo o autor de um genocídio no Brasil. Os senadores da oposição, cuja maioria integra a CPI, querem saber se o Executivo se negou a adquirir os imunizantes contra o Covid-19 no pior momento da pandemia no Brasil era e que gerou mortes e a infecção de milhões de pessoas.