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Criado na ditadura militar, Projeto Rondon ainda existe e a Ufes está recebendo novas propostas


Inscrições de propostas para Projeto Rondon estão abertas até 7 de agosto


Universitários participando do Projeto Rondon na década de 1970. Acima o slogan da ditadura militar: “Integrar para não entregar” | Foto: Arquivo/FAB

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Ufes está selecionando propostas de ações a serem desenvolvidas nas operações de janeiro de 2024 do Projeto Rondon intituladas Operação Mangabeiras. As propostas devem ser encaminhadas para a Proex até o dia 7 de agosto através do e-mail assessoriadegestao.proex@ufes.br, com a seguinte menção no campo assunto: “Edital Rondon 2023”.

Podem se candidatar responsáveis técnicos, subcoordenadores e professores reservas que possuam experiência em coordenação de ação de extensão (ativa ou não), devidamente cadastrada no Sistema de Informações da Extensão (Sigex) da Proex até a data de publicação desta chamada pública.

As propostas de ação devem ter caráter extensionista e contribuir para o desenvolvimento sustentável, o bem-estar social e a qualidade de vida nas comunidades e para o desenvolvimento e o fortalecimento da cidadania do estudante universitário. Confira as regras para envio na Chamada Pública.

Projeto Rondon

O Projeto Rondon é uma ação interministerial de cunho político e estratégico do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Defesa, destinada a contribuir com o desenvolvimento da cidadania nos estudantes universitários, empregando soluções sustentáveis para a inclusão social e a redução de desigualdades regionais e visando ao fortalecimento da soberania nacional.

Existente desde 1966, o projeto tem como objetivos: contribuir para a formação do jovem universitário como cidadão; integrar o universitário ao processo de desenvolvimento nacional, por meio de ações participativas sobre a realidade do País; consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social coletiva em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais; e estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em parceria com as comunidades assistidas.

Cada Instituição de Ensino Superior pode inscrever até duas propostas de trabalho: uma na ação A ou B e uma para a ação C. As ações denominadas A envolvem as áreas da Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação e Saúde; as ações B abrangem as áreas de Comunicação, Meio Ambiente, Tecnologia e Produção e Trabalho; e as ações C envolvem Cobertura Jornalística e Produção de Conteúdo das atividades do projeto. O edital completo está disponível na página do Projeto Rondon.

Texto acima: Com informações da Proex/Edição: Thereza Marinho

A ideia surgiu no Comando do Exército durante a ditadura de Médici

A ideia de criar o Projeto Rondon surgiu em 1966, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, durante a realização de um trabalho de sociologia intitulado “O Militar e a Sociedade Brasileira”. A iniciativa para por em prática o Projeto Rondon foi interministerial de cunho político e estratégico do Governo Emílio Médici. Criado em 11 de julho de 1967, durante a ditadura militar, o Projeto Rondon tinha como lema “integrar para não entregar”, expressando um ideário desenvolvimentista articulado à doutrina de segurança nacional.

A primeira operação do Projeto Rondon, denominada “Operação Zero”, teve início em 11 de julho de 1967, quando trinta estudantes e dois professores partiram do Rio de Janeiro para Rondônia, a bordo de uma aeronave C-47, cedida pelo antigo Ministério do Interior. A equipe permaneceu na área por 28 dias, realizando trabalhos de levantamento, pesquisa e assistência médica.

O Projeto Rondon foi uma iniciativa interministerial de cunho político e estratégico do Governo Emílio Médici. Criado em 11 de julho de 1967, durante a ditadura militar, o Projeto Rondon tinha como lema “integrar para não entregar”, expressando um ideário desenvolvimentista articulado à doutrina de segurança nacional.

Entre 1967 e 1989, quando foi extinto, o projeto envolveu mais de 350 mil estudantes e professores de todas as regiões do país. Em 2005, o Projeto Rondon foi relançado pelo Governo Federal, a pedido da União Nacional dos Estudantes (UNE). É coordenado pelo Ministério da Defesa, com a participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério da Educação; Ministério da Cidadania; Ministério da Saúde; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Regional e Secretaria de Governo da Presidência da República.

Órfão da ditadura militar, o Projeto Rondon agora declara ter como objetivos: Contribuir para a formação do jovem universitário como cidadão; Integrar o universitário ao processo de desenvolvimento nacional, por meio de ações participativas sobre a realidade do País. Consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social coletiva em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais; Estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em parceria com as comunidades assistidas.