O MPF ofereceu a proposta de um acordo, mas caso o senador capixaba não aceite, o empresário bolsonarista e presidente do PTB paulista poderá ser punido com pena de reclusão de três a seis anos
O senador capixaba Fabiano Contarato (PT-ES) usou as suas redes sociais para comentar sobre o reconhecimento do Ministério Público Federal (MPF) de crime de raciais e de ódio, como a homofobia, que foram feitos através das redes sociais pelo empresário bolsonarista e radical de extrema-direita Otávio Fakhoury. Ele, que usa o lema fascista “Deus, Família e Pátria” no destaque de seu Facebook, foi um dos alvos da então CPI da Covid-19, quando durante seu depoimento Contarato fez um desabafo histórico, que entrou para os anais do Congresso Nacional em 18 de outubro de 2021. Fakhoury é presidente do PTB estadual de São Paulo.
O MPG interpretou que o uso de redes sociais para difundir crime de ódio contra as pessoas LGBTI+ é uma injúria racial e que pode resultar em pena de reclusão de três a seis anos, como lembrou o senador do PT do Espírito Santo em sua conta no Twitter. O bolsonarista, de forma audaciosa e apostando na impunidade, usou do Twitter para ofender criminosamente Contarato. “O delegado homossexual assumido talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Qual seria o perfumado que o cativou?”, disse o depoente seis dias antes de depor.
Fakhoury foi convocado para depor na CPI exatamente pela prática criminosa de difundir fake news em suas redes sociais contra a vacina que combate o vírus do Covid. “Eu aprendi, senhora Oávio, que a orientação sexual não define o caráter, que a cor da pele não define o caráter, que o poder aquisitivo não define o caráter. Eu aprendi isso. E fiquei muito triste, sabe o porquê? Porque isso é típico do ser humano, que passa uma imagem. Eu fico me colocando no lugar de seus filhos. Isso vai ficar registrado aqui no Senado Federal ad infinitum”, disse o senador.