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Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, na Ufes, abre inscrições para a segunda turma

Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, na Ufes, abre inscrições para a segunda turma | Foto: Ana Oggioni/Divulgação/Ufes

Estão abertas as inscrições para a segunda turma do curso de Licenciatura Intercultural Indígena (Prolind), voltado para pessoas que se autodeclarem indígenas, respaldados por suas comunidades, e que tenham concluído o Ensino Médio. O objetivo do Prolind é a formação de professores que atuarão no ensino básico, na docência e na gestão de escolas indígenas. Serão ofertadas, ao todo, 30 vagas. As inscrições para o processo seletivo serão recebidas até 10 de maio, pelo formulário on-line disponibilizado na Página de Acompanhamento da Seleção.

A classificação será feita por meio da análise de Memorial, destacando as formas de interação do candidato com sua comunidade, entre outras questões, e de Carta de Intenção, apresentando razões para seu ingresso em um curso de licenciatura e as contribuições da formação para a atuação docente em escolas indígenas. Todas as informações sobre o processo seletivo estão disponíveis no edital anexado abaixo.

O Prolind tem duração de dez semestres e será realizado em regime de alternância, intercalando períodos na Universidade, com aulas no campus de Goiabeiras, em Vitória, e períodos na comunidade. A escolha da habilitação nas áreas de Ciências Sociais e Humanidades; Ciências da Natureza e Matemática; ou Artes, Linguagem e Comunicação será feita pelo estudante após a conclusão, com aproveitamento, das disciplinas ofertadas nos dois primeiros anos de curso.

Valorização de saberes

Os primeiros participantes do Prolind ingressaram na Universidade em julho de 2015, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), do Ministério da Educação, em parceria com a Ufes. A criação do curso atendeu a uma reivindicação dos povos Tupinikim e Guarani do Espírito Santo, por formação de seu quadro de professores em nível superior, garantindo o reconhecimento de seus direitos diferenciados, a valorização de seus saberes e práticas e sua qualificação como educadores e sujeitos políticos.

Em 2022, foram graduados na primeira turma 51 estudantes, sendo 28 na habilitação Arte, Linguagem e Comunicação; dez em Ciências da Natureza e Matemática e 13 em Ciências Sociais e Humanidades. A atual coordenadora do Prolind/Ufes, Nicole Pinto, enfatizou a importância dessa formatura na luta antiga dos povos indígenas pela educação diferenciada: “A formatura dessa primeira turma é um marco, pois significa o reconhecimento e o fortalecimento dos direitos dos povos originários”, afirmou na ocasião.

Uma das professoras formadas pelo Prolind, Aciara Carvalho, da Aldeia Boa Esperança (etnia Guarani), destaca a importância do curso para seu crescimento pessoal e profissional: “Além de trazer mais visibilidade da cultura da comunidade indígena para a sociedade em geral, o Prolind me deu a oportunidade de enriquecer meus conhecimentos pesquisando até mesmo sobre outras culturas de outros estados. Isso mudou até meu modo de me expressar. Tenho certeza de que este curso me tornou uma pessoa com muito mais capacidade de contribuir com as comunidades”, afirmou a docente, que é educadora em alfabetização em Guarani, sua língua materna, em uma escola que atende sete aldeias do município de Aracruz.

Serviço:

Clique aqui e saiba mais sobre o curso de Licenciatura Intercultural Indígena.

Texto: Nábila Corrêa