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Declarações homofóbicas da cantora evangélica Bruna Karla são combatidas por artistas brasileiros

Assista às declarações homofóbicas da cantora evangélica Bruna karla | Vídeo: Redes sociais

A cantora gospel Bruna Karla está sendo acusada de ser homofóbica, após recentes declarações onde condena o casamento homoafetivo, dadas ao Positivamente Podcast no YouTube da influenciadora digital evangélica Karina Bacchi.. A polêmica foi ao ar em 21 de dezembro de 2021, mas somente viralizou nesta última semana. Ela deu a entrevista poucos dias após ter estado no Espírito Santo, em show natalino patrocinado pela Prefeitura de Cariacica (ES). Em trecho de sua declaração, a cantora disse que não iria a um casamento entre dois homens e que o relacionamento homoafetivo seria o ‘caminho de morte eterna’. Ela ainda cantou no show gospel Jesus, Vida Verão realizado em maio deste ano na Praia da Costa, Vila Velha (ES).

No prosseguimento de suas declarações, Bruna Karla disse que um amigo tinha perguntado se ela iria comparecer ao seu casamento com um outro homem e ela respondeu que só compareceria se fosse com uma mulher. “Fui bem sincera e disse: ah, quando você se casar com uma mulher linda e cheia do poder de Deus, eu vou sim”. E completou: “o dia que eu aceitar cantar em um casamento com outro homem, eu posso parar de cantar sobre a Bíblia e sobre Jesus”. E arrematou com a frase medieval de que existe um caminho de “libertação”, insinuando sobre a “cura gay”.

Repercussão

A cantora Anita, que já vem combatendo os sertanejos bolsonarista, que embolsam fortunas de dinheiro desviado da educação e saúde de pequenos e pobres municípios do interior brasileiro, viu a oportunidade para combater as declarações homofóbicas da cantora golspel. “Gente, de uma vez por todas. Repudiar LGBTQ+, desejar a ‘cura ou morte’, desejar o fim, a aniquilação de pessoas LGBTQ ou proibir pessoas de transitar num ambiente ou de serem eles mesmos, não é cultura”, disse Anita.

“E não me mandem respeitar alguém que não respeita os outros. Na minha religião e na minha cultura pode ter gay, travesti, trans, mulher com mulher. Então vai para o c****”, continuou. “Não existe religião, cultura ou Bíblia que possa dizer para um ser humano que Deus está te pedindo para repudiar os outros dessa maneira. O podcast que a cantoria evangélica participou ressaltou que o intuito da entrevista era “aproximar Deus das nossas crianças desde cedo”. Para os críticos, o verdadeiro intuito era colocar o ideário homofóbico na cabeça das crianças desde cedo.

Repúdio à homofobia da evangélica

Muitos artistas repudiaram as declarações homofóbicas de Bruna Karla. O ex-BBB Gil do Vigor escreveu nas suas redes sociais que na frente de Jesus quem deve sentir vergonha são as pessoas que tem atitudes preconceituosas, e não os amigos da cantora que são gays. Ele argumentou que na Bíblia também diz que Deus chama a todos de amigos, “e essa palavra é muito forte para ser sustentada pelo preconceito e falta de amor ao próximo”.

Neste último domingo (19), durante a 26ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, as declarações da cantoria evangélica foram lembradas. “Deus é amor, queremos amor e menos ódio, chega de matança, chega de intolerância!”, disse a cantora Jojo Todynho de cima de um dos trios elétricos. A cantora Ludmila também fez críticas às afirmações criminosas de Bruna Karla em suas redes sociais: “Esse é o tipo de discurso que me embrulha o estômago e me deixa revoltada. Pessoas como ela, que se dizem “porta-vozes” de Deus, descartam e fazem mal às pessoas o tempo inteiro pelo simples fato de elas serem quem elas são”.

No Twitter o cantor Jão lembrou que o discurso homofóbico da cantora gospel é criminoso. “O discurso dessa cantora gospel em um podcast é muito criminoso. Não dá pra ficar no “ah, é só ignorar, é a religião dela…”, porque essa fala enlouquece e mata muita gente que começa a se odiar. É uma homofobia escancarada e deveria ser passível de processo”.