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Dentista inicia doutorado com foco em pacientes com doença reumatológica

Após ter concluído recentemente seu mestrado em Clínica Odontológica pela Ufes, Paula Braga começou um doutorado em doenças infecciosas. Sua expectativa é que ela possa aumentar seu leque de atuação profissional

A dentista Paula Braga deu início no último dia 4 de fevereiro a uma nova jornada em sua carreira profissional. Após ter concluído recentemente seu mestrado em Clinica Odontológica pela Ufes, começou um doutorado em doenças infecciosas pela própria universidade. Serão acrescidos mais quatro anos de estudos. Sua expectativa é que após a conclusão em 2023 ela possa ter uma maior possibilidade de aumentar seu leque de atuação profissional e não ficar limitada ao próprio mercado odontológico brasileiro, que segundo o próprio Conselho Federal de Odontologia (CFO), detém em todo o mundo o maior quantitativo de dentistas em relação à população.

O intuito de fazer logo em seguida ao mestrado  foi o de não desestimular e vir a desistir. “É cansativo demais”, reconhece. O doutorado será desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas da Ufes. Como estava no primeiro dia de aula e adiantou algumas matérias do novo curso ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer seu professor orientador

“Fiz a submissão do projeto sem um orientador vinculado ao programa de doenças infecciosas, porém sempre fui apoiada e estimulada pelas minhas professoras da área da odontologia, que fazem parte do nosso grupo de pesquisa”. Para Paula Braga é de suma importância a ampliação da visão e do desempenho dos odontólogos, para além dos seus ambientes rotineiros de trabalho, com intuito de proporcionar uma melhora nos níveis de saúde bucal da população.

“É muito sacrificante pelas questões financeiras e pela falta de tempo inclusive para minha vida pessoal mas, o importante é concluir o objetivo de estudos”

“São quatro anos de doutorado”, disse a doutoranda. A decisão de enriquecer a carreira é toda sua. “É muito sacrificante pelas questões financeiras e pela falta de tempo inclusive para minha vida pessoal mas, o importante é concluir o objetivo, acentuou. Paula Braga é de Vitória e mora na Capital.

O foco será sobre os efeitos do tratamento da doença periodontal nos sintomas da Síndrome de Sjögren Primária. “A Síndrome de Sjögren é uma doença autoimune crônica, em que o sistema imunológico do próprio paciente erroneamente ataca as glândulas produtoras de lágrimas e saliva. Paula Braga pretende somar seus resultados com alguns poucos resultados da literatura que mostram a importância do tratamento periodontal no controle dessa síndrome.

Até o momento, os estudos disponíveis na literatura não conseguiram esclarecer porque o sistema imune desencadeia uma resposta que agride as glândulas exócrinas do próprio organismo. Uma das hipóteses é que fatores genéticos e hereditários, hormônios sexuais e certas condições ambientais possam estar envolvidos nesse processo.

A outra é que infecções por vírus e alguns tipos de bactérias funcionem como gatilho para desencadear a doença nas pessoas geneticamente predispostas. Ela quer dar sequência e continuidade a pesquisa iniciada ainda no mestrado. Pacientes com Síndrome de Sjögren têm, em geral, uma qualidade de vida prejudicada pela sensação de boca seca que dificulta a mastigação, deglutição, fala e ainda causa fadiga e dores corporais. “Pretendemos mostrar a importância da saúde oral neste grupo de pacientes,explicou.”

Paula Braga refere que neste grupo de pacientes devido a xerostomia (boca seca), há tendência para o desenvolvimento de cáries, candidíase oral,halitose (mau hálito), explicou. O objetivo é esclarecer se o tratamento periodontal pode melhorar o quadro clínico do paciente com sjogren.

No edital que se inscreveu constava que o aluno terá direito a uma bolsa, desde que seja exclusivo. “É também um processo fisicamente exaustivo. Exatamente por esses motivos a bolsa de estudos é tão importante. “ No mestrado não havia bolsa de estudos e foi financeiramente complicado por que eu tinha que estar na universidade todos os dias e fiquei sem trabalhar. “Tem que querer muito”.

“O que eu, dentista, estou fazendo no doutorado de doenças infecciosas?”, questionou.” Além de ser uma área que eu julgo ter uma importância social a área de odontologia está ficando pequena para tanto profissional. Com medo disso eu quis estender meu leque e me voltar para área básica. então este doutorado pode me permitir ser professora de outros cursos além da odontologia.

Paula Braga

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas da Ufes