A atuação criminosa do ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, resultou como retaliação a demissão do superintendente da Polícia Federal (PF) do Amazonas, Alexandre Silva Saraiva, por ter formalizado uma denúncia de seu lobby em favor dos criminosos que estão desmatando a floresta amazônica. A operação Handroanthus fez a maior apreensão da história de madeira extraída por quadrilhas, que, de acordo com a própria PF tem o envolvimento do ministro que deveria ser o guardião do meio-ambiente e do senador Telmário Mota (PROS-RR).
O documento com 38 páginas, cuja íntegra pode ser baixado por download no final desta matéria em formato PDF, foi endereçado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, e virou o processo de número 1000642-56.2021.4.01.3200. A retirada do superintendente da PF, no entanto, não é suficiente para apagar a atitude criminosa do ministro Sales, já que o documento muito bem fundamentado está protocolado e guardado no STF.]
O envolvimento de Salles com os desmatadores foi dita pelo delegado federal Saraiva em entrevista à Globonew, quando disse que as atividades do Ibama estão sendo desviadas no combate ao desflorestamento. “O Ibama sempre foi parceiro da Polícia Federal no combate à extração de madeira ilegal. O que está acontecendo agora não tem precedentes”, disse.
“Sigo a lei”
O delegado disse ainda que não ter apego ao cargo de superintendente porque entrou por concurso na instituição policial penas para “seguir a lei”. “Não fiz concurso para superintendente da PF. Sou delegado da PF, não tenho apego ao cargo. Sigo a lei”. Ele ainda disse que “nós não chegamos nessa situação do dia para a noite e nem vamos sair da noite para o dia.”
“Precisamos atacar a emissão do Documento de Origem Florestal (DOF) que autoriza a extração de madeira. É possível combater o desmatamento ilegal com menos gastos e mais eficiência”, completou o superintendente que foi demitido apenas por querer cumprir a lei. A destruição das matas brasileiros sob a má gestão do ministro de Bolsonaro para o meio ambiente vem provocando rupturas nas relações do Brasil com os países europeus e, agora, com a gestão do presidente democrata dos Estados Unidos, Joe Biden.