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Deputado estadual quer privilegiar a elite econômica ao propor isenção do IPVA para carros elétricos

No Brasil, os carros elétricos tem preço de R$ 150 mil a mais de R$ 600 mil e são comprados apenas pelas elite | Foto: Divulgação

Apesar da promessa de ser o veículo do futuro, o carro elétrico ainda é elitista e apenas consumido por uma elite abastada e acima do padrão de vida da maioria dos brasileiros assalariados. O modelo mais barato é o chinês JAC e-JS1, que custa R$ 150 mil, valor que ultrapassa em três vezes o modelo à gasolina ou álcool mais em conta, o Renault Kwid, vendido por pouco menos de R$ 50 mil. Mas, isso não foi levado em conta por um deputado estadual capixaba, que apresentou o projeto de lei 843/2021 isentando o comprador desses veículos elitizados do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

No Espírito Santo a alíquota do IPVA para carros de passeio e utilitários é de 2% sobre o valor do veículo. Já para motos, caminhões, micro-ônibus e ônibus é de 1%. A média de preço dos carros elétricos ou híbridos no Brasil está entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, mas há as opções de luxo que custam mais de R$ 600 mil. Quem paga esse valor em um carro em um país que voltou ao mapa mundial da fome e com taxa de desemprego recorde, não está se preocupando com a alíquota de 2% de IPVA sobre o valor do veículo.

Deputado do PL

A proposta é de um deputado do PL, o mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Alexandre Xambinho. Na justificativa de seu projeto que privilegia a elite burguesa, o parlamentar estadual explica que “a poluição atmosférica ao longo dos anos vem atingindo níveis preocupantes e mesmo as melhorias tecnológicas obtidas no desenvolvimento de combustíveis e motores não vem trazendo os benefícios esperados incentivados por longos períodos de redução do IPI”, afirma.

Mesmo os veículos elétricos sendo inacessíveis para a denominada classe média, o deputado do PL diz que “a adoção de veículos elétricos e híbridos é parte importante da resposta ao problema e que merece ser fomentada pelo poder público, a exemplo do que ocorre em outros países”. Xambinho também aponta que veículos pesados movidos a diesel são os responsáveis por cerca de 50% de emissão de fuligem, um dos poluentes mais perigosos.

Mesmo assim, na sua justificativa ele reconhece que “o mercado automotivo de carros elétricos e híbridos é extremamente limitado”. Ele também reconhece que os atuais veículos elétricos são voltados apenas para a elite econômica ao dizer que “os veículos de passeio exclusivamente elétricos são praticamente inexistentes e os poucos híbridos oferecidos pelas montadoras, são extremamente caros, predominando em nosso tráfego os veículos movidos aos nocivos combustíveis fósseis, o que torna o mercado automotivo capixaba divergente da tendência mundial”.