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Deputados denunciam a PGR uso de dinheiro público por militares para farra com churrasco de picanha e cerveja

Deputados do PSB na Câmara protocolaram nesta última quinta-feira (11) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar responsabilidades nos gastos milionários das Forças Armadas em um churrascão. Foram 80.016 cervejas, 714, toneladas de picanha e 1,3 milhão de quilos de carvão. Os gastos ultrapassam R$ 1,8 milhão.

O gosto refinado dos militares em saborear o churrasco com dinheiro público chamou atenção dos parlamentares. A carne escolhida foi picanha com o preço de R$ 84,14 o quilo. Também saborearam o miolo da alcatra, no valor de R$ 82,37 o quilo. Os ingredientes do churrasco refinado foram divididos entre o Exército e a Marinha.

Segundo a planilha anexada pelos deputados federais deputados Elias Vaz (PSB-GO), Alessandro Molon (PSB-RJ), Denis Bezerra (PSB-CE), Lídice da Mata (PSB-BA), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Bira do Pindaré (PSB-MA) e Vilson da Fetaemg (PSB-MG) há indícios de superfaturamento. Anexo há fotografias mostrando que os preços médios praticados no mercado é 67% menor.

Farra com dinheiro público

“A compra desse produto não é crível em tempos de crise financeira, uma vez que este não é um corte para se comer no dia a dia diante de sua especialização e preço”, relataram os parlamentares no documento. “Enquanto milhões de brasileiros sofrem com os efeitos trágicos da pandemia nos campos sanitário e financeiro, nossos militares consomem cortes nobres como a picanha e tomam cervejas, algumas especiais”, complementam.

A cerveja foi escolhida entre as mais refinadas. A garrafa long neck da cerveja Stella Artois custou para o contribuinte R$ 9,05 cada; a mesma garrafinha da Heineken saiu para o contribuinte por R$ 9,80 cada. Já a garrafinha do puro malte Eisenbahn custou R$ 5,99. Os valores fazem parte da denuncia entregue ao Ministério Público Federal.

Exército lidera farra

De acordo com a apuração feita pelos parlamentares, o Comando do Exército foi o que mais comprou picanha. Os dados do Portal da Transparência mostram que o órgão militar adquiriu 569,2 toneladas da carne especial. A Marinha comprou 88 toneladas. No total, os miliatares fizeram 76 processos licitatórios para garantir a farra com, o dinheiro público. “A compra desse produto não é crível em tempos de crise financeira, uma vez que este não é um corte para se comer no dia a dia diante de sua especialização e preço”, relataram os autores para o procurador-geral Aras.

A pesquisa dos deputados federais usou informações do Painel de Preços do Ministério da Economia, a mesma ferramenta pública que revelou as compras milionárias de leite condensado. Naquela ocasião, o presidente Jair Bolsonaro justificou a compra alegando que é “necessário” aos militares, dado seu alto teor energético e calórico(sic).

Para evitar outra defesa do presidente para o churrasco de fino gosto, os parlamentares escreveram no documento: “Não se quer afirmar que os militares não podem comer carne, mas é de se questionar o grau de sofisticação empregado  nas compras de cortes nobres e específicos”.Enquanto milhões de brasileiros estão desempregados e outros comendo lixo, a farra dos militares com o dinheiro do contribuinte brasileiro trouxe a revolta para os deputados.