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Desemprego no Espírito Santo em 2020 foi 12,7% e no Brasil a média foi recorde de 13,5%, diz IBGE

A taxa de desemprego no Espírito Santo ficou pouco abaixo da médica histórica brasileira de 13,5% em 2020 | Foto: Helena Pontes/IBGE

A taxa media de desemprego no ano passado no Espírito Santo foi de 12,7%. Ou seja, de cada 100 trabalhadores que compõem a população economicamente ativa (PEA) do Estado, 13 estão sem trabalhar. Os números foram divulgados na manhã desta quarta-feira (10) pelo IBGE e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). No Brasil, segundo o IBGE, a taxa de desocupação em 2020 foi recorde em 20 Estados, com a média nacional aumentando de 11,9% para 13,5%.

De acordo com a série histórica do PNAD Contínua, iniciada em 2012, o maior índice de desemprego no Espírito Santo foi em 2017, quando atingiu 13,1% da PEA. O IBGE destacou que no na o passado, as maiores taxas de desemprego foram registradas em Estados do Nordeste e as menores, no Sul do país. O órgão de pesquisa atribuiu às elevadas taxas de desemprego como decorrente dos efeitos da pandemia de Covid-19 sobre o mercado de trabalho.

Nordeste e Rio lideram

Em 2020, as maiores taxas de desocupação ficaram com Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%), enquanto as menores com Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%). No intervalo de um ano, a população ocupada reduziu 7,3 milhões de pessoas no país, chegando ao menor número da série anual (86,1 milhões). Com isso, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%.

O nível de ocupação ficou abaixo de 50% em 15 estados, sendo todos do Nordeste, cinco do Norte e o Rio de Janeiro. Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas. No Rio de Janeiro, apenas 45,4% tinham um trabalho. Já Mato Grosso foi o estado com maior nível de ocupação (58,7%) no ano passado.

Dissiminada

Essa queda da ocupação foi disseminada por todos os trabalhadores. A taxa média de informalidade também recuou, passando de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020, somando ainda 39,9 milhões de pessoas. Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

Nas regiões, a taxa média nacional de informalidade foi superada em 19 estados, variando de 39,1%, em Goiás, até 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50% e apenas São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.

“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, lembrando que informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia.

Cinco Estados

No último trimestre de 2020, a taxa de desocupação – que recuou para 13,9%, depois de atingir 14,6% no terceiro trimestre, o maior patamar já registrado na comparação trimestral – reduziu apenas em cinco estados, ficando estável nos demais. As maiores taxas foram registradas na Bahia e em Alagoas, ambos com 20%, seguidos do Rio de Janeiro (19,4%). Já as menores ficaram com Santa Catarina (5,3%), Rio Grande do Sul (8,4%) e Mato Grosso do Sul (9,3%).

“Quando olhamos para os dados regionalmente, vemos que a redução na taxa de desocupação não foi disseminada pela maioria das unidades da federação. Ela ficou concentrada em apenas cinco, mostrando que em vários estados ainda não se observou uma queda da desocupação”, afirmou Adriana Beringuy.

Mulheres

Segundo o levantamento do IBGE, a desocupação foi de 11,9% entre os homens e chegou a 16,4% entre as mulheres no último trimestre de 2020. A PNAD Contínua também mostra diferença na taxa de desocupação de homens e mulheres no quarto trimestre de 2020. O percentual foi de 11,9% entre os homens e 16,4% entre as mulheres. Já entre as pessoas pretas, a taxa foi de 17,2%, enquanto a dos pardos foi de 15,8%, ambas acima da média nacional (13,9%). Já a taxa dos brancos (11,5%) ficou abaixo da média.

Os jovens foram os mais afetados pelo desemprego entre os grupos etários no quarto trimestre. As pessoas de 14 a 17 (42,7%), de 18 a 24 anos de idade (29,8%), de 25 a 39 anos (13,9%) tiveram taxa acima ou igual à média nacional. Para as pessoas com ensino médio incompleto (23,7%), a taxa de desocupação foi superior dos demais níveis de instrução. Para o grupo de pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 16,9%, mais que o dobro da verificada entre aqueles com nível superior completo, 6,9%.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho, que é o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada, foi maior na Bahia (33,3%), Piauí (33,3%) e Sergipe (32,2%). Treze unidades da federação ficaram abaixo da média nacional (20,7%), sendo a menor em Santa Catarina (7,5%). Em seguida, vem Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, os três com 14,1%.