Evento, em Nairóbi, sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), discute a mudança climática, perdas da natureza e biodiversidade, químicos, poluição, lixo, incêndios florestais, secas e derretimento de geleiras, além de temperaturas extremas, entre outros
r
A Assembleia do Meio Ambiente, Unea, na sigla em inglês, que está ocorrendo no Quênia, foi iniciada nesta última segunda-feira (28) e se encerra nesta quarta-feira (2). Estão reunidos milhares de representantes de governos, sociedade civil e do mundo empresarial. Este ano, a reunião vai debater a chamada tripla crise planetária com temas como temperaturas extremas, aumento da perda de biodiversidade, derretimento das geleiras e o crescimento do impacto humano sobre o planeta, entre outros tópicos.
A primeira Unea foi realizada em 2014. A Unea é organizada pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma). Segundo a agência, a interconexão torna o planeta forte e fraco. A saúde humana e animal, alimentos, economias e a existência de quase 8 bilhões de pessoas no planeta no qual habitam mais de 80 milhões de outras espécies formam uma teia de vida interligada.
Mudança climática
O Pnuma lembra que o mundo atravessa uma tripla crise: mudança climática, perda da natureza e da biodiversidade, químicos, poluição e lixo. A agência acredita que a humanidade deve tornar essa interconexão numa força para reverter os danos já feitos. Em sua mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que muitos países devem entrar no “modo emergência” para combater o que ele chama de cinco maiores ameaças globais incluindo a mudança climática.
Ele também instou os países a mobilizarem o impacto de ações multilaterais incluindo biodiversidade, clima, sistemas alimentares e poluição. A Unea é descrita como o Parlamento Mundial do Meio Ambiente pelo seu papel central na área. A Assembleia personifica uma nova era que confere ao meio ambiente a mesma importância da paz, pobreza, saúde e segurança. As deliberações do grupo também auxiliam com legislações ambientais.
Resoluções
Os países-membros também podem apresentar projetos de resoluções juntos na Assembleia da ONU. A quinta sessão deve aprovar várias resoluções desde o combate ao lixo marinho e à poluição plástica nos oceanos até o gerenciamento de recursos minerais.
Esta Assembleia deve apresentar uma resolução sobre a administração sustentável de lagos, gerenciamento de nitrogênio e as ligações entre a perda de biodiversidade e a saúde humana, além do lixo químico.
Fracasso das lideranças globais sobre o clima
Um relatório lançado nesta semana pelo Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática (Ipcc), mostra que “o colapso do ecossistema, a extinção de espécies, ondas de calor fatais e enchentes estão entre os perigos inevitáveis” que o mundo enfrentará nos próximos 20 anos devido ao aquecimento global.
Segundo a agência de notícias ONU News, o presidente do Ipcc, Hoesung Lee, declarou que o relatório faz um alerta sobre “as consequências da falta de ação”, mostrando como a mudança climática já está afetando bilhões de vidas pelo mundo. Este é o segundo de uma série de três documentos do tipo produzidos pelos cientistas da ONU especializados em clima.
O relatório é lançado cerca de 100 dias depois da COP26, quando os líderes mundiais se reuniram em Glasgow, na Escócia, e concordaram em aumentar as ações para limitar o aquecimento global a 1.5° Celsius e assim, evitar os piores impactos da mudança climática. O secretário-geral da ONU declarou que o novo relatório do Ipcc traz evidências “nunca vistas”, revelando como as pessoas e o planeta estão sendo derrotados pela mudança climática”.