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Dez anos após os protestos contra o pedágio, finalmente o capixaba terá uma vida sem cancelas


Não é mais cobrado pedágio na Terceira Ponte e na Rodovia do Sol, após o capixaba ter siso explorado por 25 anos pela Rodosol


Cumprido os 25 anos do contrato de concessão da Terceira Ponte e da Rodovia do Sol, a ES-60, a ponte e a estrada que liga Vitória à Guarapari, finalmente, pertence ao povo capixaba e não mais a empresários que exploraram a cobrança de pedágio nesse quarto de século. A finalização ocorre 10 anos após a manifestação de 100 mil pessoas que exigiram o fim do pedágio e que foi, após as Diretas Já, um dos maiores protestos populares do Brasil.

As cancelas dos postos de pedágio estão inativas e vão ser destruídas, assim como as cabines, que representaram durante 25 anos a exploração da economia da população do Espírito Santo. Desde a zero hora desta última sexta-feira (22), qualquer motorista poderá ir e voltar à Guarapari, ou passar na Terceira Ponte, sem ter que pagar pedágio.

A cobrança de pedágio foi idealizada pelo ex-governador Vitoria Buaiz (PV), em 1998, quando retornava de Guarapari e observou o congestionamento intenso que se formava na Rodovia do Sol. Sem recursos do Estado para fazer a duplicação da pista, imaginou abrir uma concessão da estrada, para que grupos privados fizessem as obras e que durante 25 anos fosse cobrado pedágio. O intuito era fazer com que a dívida fosse amortecida nessas duas décadas e meia.

A assinatura do Contrato de Concessão 01/98 ocorreu no dia 21 de dezembro de 1988. A Terceira Ponte, por sua vez, que vinha sendo construída muito lentamente com recursos públicos, foi entregue à empresas construtoras, para que terminasse a obra e cobrasse pedágio.

Mas, ainda em 2013, no auge dos protestos contra o pedágio, o então ex-governador Max Mauro (MDB), que inaugu8rou a Terceira Ponte e que participou do protesto com 100 mil pessoas, afirmou categoricamente que a a ponte já estava paga e que não havia necessidade de continuar a cobrança do pedágio.

As cancelas, finalmente, estão desativadas. Falta agora o Governo estadual derrubar as cabines de pedágio para por um ponto final em 25 anos de sofrimento dos moradores de bairros próximos às cabines, que ficaram separados | Imagens: Arquivo

Repressão com bombas de gás de pimenta

Nessa ocasião, Max Mauro estava em frente a Assembleia Legislativa e foi vitimna da repressão policial contra os manifestantes, determinada pelo então governador da época e atual governante capixaba, Renato Casagrande (PSB). Max Mauro precisou usar um lenço nas vistas, para se proteger das centenas bombas de gás de pimenta, além de balas de borracha, que os policiais de Casagrande disparavam contra a multidão.

Um ano os protestos, em 2014, o professor e mestre em História Rafael Simões, em entrevista à imprensa, se recordou da maior manifestação ocorrida no Espírito Santo. “Os protestos acabaram com aquela fábula de que o país estava uma maravilha. Acabou-se a fantasia. Os movimentos colocaram mais pressão para que o poder público seja mais responsivo”, afirmou.

Além da Enseada do Suá, onde ficavam as cabnes da Rodosol, houve manifestações em frente à Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, entre a Ufes e a Reta da Penha, e no Centro Histórico de Vitória. Foi quando um grupo que se auto denomina Black bloc, decidiu promover atos de vandalismo, com a destruição das vidraças do Banestes, do Bradesco e de outras instituições, além dos vidros do histórico Palácio Anchieta;.

Agora, como previsto no Contrato de Concessão assinado por Vitor Buaiz, a gestão da ponte e dos 67,5 quilômetros da Rodovia do Sol, voltam a ser do Governo do Estado, que ao contrário das demais estradas estaduais, vão ser administradas pela Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Espírito Santo (Ceturb-ES). O argumento do Governo do Estado é que a Rodovia do Sol, também ao contrário das demais rodovias estaduais, vai continuar oferecendo guincho, ambulância e controle por câmaras de monitoramento.