A perversidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cortar a verba do Instituto de Pesquisa Energética e Nucleares (Ipen), único órgão estatal que produz remédios para o tratamento do câncer chega à Vitória (ES). Nesta última quarta-feira (22) o Hospital Santa Rita, a maior referência em tratamento de câncer no Espírito Santo, emitiu nota para informar que, “devido à paralisação da produção de radiofármacos pelo Ipen,, terá de suspender, a partir da próxima segunda-feira (27/09), o atendimento a pacientes que necessitam de exames e tratamentos com radiofármacos e radioisótopos pela Medicina Nuclear, sem previsão de retorno”.
Diante das repercussões negativas da extrema maldade do atual presidente, no final desta última noite o ministro de Bolsonaro para a Economia, Paulo Guedes, informou que “liberou R$ 19 milhões em crédito suplementar para o Ipen, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (Mcti), voltar a importar insumos para produzir remédios para o tratamento do câncer, após o órgão ter suspendido o fornecimento para clínicas e hospitais esta semana”.
Liberação insuficiente
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Coura Filho, no entanto, a verba é insuficiente para a demanda até o final do ano e mais verbas terão que ser buscadas. O próprio Ipen havia informado no início desta semana que a produção de fármacos para o câncer não voltaria á sua produção plena imediatamente, mesmo que todos os recursos bloqueados por Bolsonaro fossem liberados novamente.
De acordo com o Ipen, a produção é atípica já que o recebimento dos pedidos demoram um longo prazo, uma vez que são feitos no exterior e dependem do cronograma das usinas nucleares de outros países. E ainda alertou que a distribuição precisa ser feita de forma rápida porque o prazo de validade desses medicamentos é muito curto. A extrema maldade de Bolsonaro, que pode levar ao óbito os pacientes com câncer, reflete nas pesquisas de opinião, onde ele vem sendo avaliado pela população brasileira como sendo um péssimo presidente.
O Ipen importa radioisótopos de produtores na África do Sul, Holanda e Rússia, além de adquirir insumos nacionais para produção de radioisótopos e radiofármacos utilizados no diagnóstico e tratamento do câncer e doenças cardíacas.
A falta dos medicamentos pode atingir cerca de 2 milhões de pessoas. Segundo Coura Filho, o sistema de saúde público e privado atende 10 mil pessoas por dia para tratamento do câncer.
Leia a íntegra da nota do Hospital Santa Rita
Medicina Nuclear
O Hospital Santa Rita informa que, devido à paralisação da produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), terá de suspender, a partir da próxima segunda-feira (27/09), o atendimento a pacientes que necessitam de exames e tratamentos com radiofármacos e radioisótopos pela Medicina Nuclear, sem previsão de retorno.
O Ipen, órgão do governo federal, responsável pela produção de 85% desse material que abastece hospitais e clínicas de diagnóstico por imagem em todo o país, alega não ter mais verba para a compra de insumos radiativos.
Essa suspensão afeta diretamente a realização dos exames de imagem e tratamento dos pacientes com câncer, a exemplo do iodo-131 utilizado na terapia da neoplasia diferenciada de tireoide.
O Hospital Santa Rita, junto com sociedades médicas, busca meios para a solução do problema e o retorno, o mais rápido possível, à plena atividade da Medicina Nuclear.
Esclarecemos que todos os demais setores do Hospital não serão afetados e o funcionamento permanece normal, como Radioterapia, Quimioterapia, Exames Radiológicos (Tomografia, Ressonância e Ultrassonografia), Internações, Cirurgias, etc.