fbpx
Início > Dificuldade no enraizamento no café conilon leva Incaper a pesquisar hormônios vegetais

Dificuldade no enraizamento no café conilon leva Incaper a pesquisar hormônios vegetais


De acordo com o órgão estadual, o objetivo é a busca de uma solução para a dificuldade de enraizamento que alguns clones de café conilon, o que acaba comprometendo o crescimento e a produtividade das plantas


Dificuldade no enraizamento no café conilon leva Incaper a hormônios vegetais em pesquisa | Foto: Hélio Filho/Secom

Está em andamento no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) uma pesquisa científica que visa encontrar uma solução na dificuldade no enraizamento em alguns clones do café conilon. O problema vem preocupando os produtores rurais do Epírito Santo, já que esse problema dificulta o crescimento da planta e a produtividade.

O estudo está sendo realizado na Fazenda Experimental de Linhares, o estudo avalia o uso de hormônios vegetais do tipo auxina para melhorar o desenvolvimento do sistema radicular de mudas geradas por estaquia. A fazenda possui uma área de 194,69 hectares e é onde estão os laboratórios de Fitopatologia, Controle Biológico, Entomologia, Sementes, Análises Química e Físicas de Solos, Fisiologia Vegetal e Pós-Colheita (LFVPC), e de Bioinsumos e Homeopatia para a Transição Agroecológica.

Formulação espefíficas

De acordo com a pesquisadora e doutora em fisiologia vegetal Sara Dousseau, responsável pelo projeto, já foram identificadas formulações específicas e doses ideais que demonstraram um aumento progressivo na indução do desenvolvimento das raízes. “Agora, estamos avaliando os dados referentes aos tipos de auxina para determinar os mais eficientes”, explicou a pesquisadora do Incaper.

Um dos experimentos demonstrou que a imersão da base das estacas por três horas no ácido indol-3-butírico (AIB) melhora a qualidade das mudas dos clones A1 e 153 do cafeeiro conilon.

Aplicação de hormônios

Durante os estudos, foi identificado um bloqueio simultâneo no desenvolvimento da parte aérea das mudas, consequência natural do uso das auxinas. A partir disso, a aplicação dos hormônios foi combinada ao uso de um biofertilizante que promove o desenvolvimento da parte aérea das plantas.

“Essa tecnologia já foi validada em três ensaios, com resultados promissores. Definimos as doses adequadas e os tempos de contato ideais para maximizar os benefícios dessa abordagem integrada”, destacou Sara Dousseau.

Um dos experimentos demonstrou que a imersão da base das estacas por três horas no ácido indol-3-butírico (AIB) melhora a qualidade das mudas dos clones A1 e 153 do cafeeiro conilon.

Próximo passo

Após essa fase de validação, o próximo passo será a transferência dessa tecnologia para os viveiristas locais, com a colaboração de extensionistas rurais do Incaper. O objetivo é capacitar os viveiristas para que possam implementar efetivamente essa nova estratégia em seus sistemas de produção de mudas de café conilon.

“Fortalecer a sustentabilidade a produtividade”

“Conseguindo melhorar a qualidade das mudas que chegam aos produtores rurais, estaremos contribuindo para fortalecer a sustentabilidade e a produtividade da cafeicultura em nossa região”, complementou Sara Dousseau.

A pesquisa é desenvolvida com recursos do Consórcio Pesquisa Café, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No projeto, estão envolvidos bolsistas do Programa Institucional de Iniciação Científica e Tecnológica (ProICT) do Incaper (Antonio Henrique Pasqualetti Ferreguetti) e do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal do Espírito Santo (Ana Júlia Câmara Jeveaux Machado). As bolsas são concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).