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Domingos Martins (ES) registra aumento de casos de Esporotricose, doença que afeta animais e humanos


Em relação aos animais de rua, a Prefeitura de Domingos Martins informa que, em parceria com cuidadores e uma ONG, vem atuando para conseguir pessoas que os adotem durante o período de tratamento


A Esporotricose é um fungo que afeta tanto os animais, e principalmente os gatos, e os seres humanos | Foto: Divulgação

A Secretaria de Saúde de Domingos Martins (ES), município da região serrana capixaba, está intensificando os trabalhos de orientação e informação para toda a população martinense a respeito da Esporotricose, doença que atinge animais e humanos. De acordo com a Vigilância em Saúde, o município registra aumento de casos e a situação requer atenção daqueles que possuem animais, especialmente gatos, mais afetados pela doença.

Além de todo o trabalho de orientação e acompanhamento dos casos, a Prefeitura de Domingos Martins informa que é uma das únicas da região a ofertar o tratamento e o medicamento adequados para animais e humanos em sua rede de Atenção à Saúde.

Na última semana, as secretárias municipais de Saúde, Zuleide Cardoso, e de Meio Ambiente, Thairine Klein Gilles, técnicos municipais e a vereadora e voluntária da ONG Amar – Animais de Rua, Lorraine Lampier, estiveram reunidos na sede da Prefeitura para definir ações de orientação.

Causada por um fungo, a Esporotricose é uma micose e deve ser diagnosticada em clínica veterinária. Os gatos são os mais afetados pela doença e os sinais mais observados são as lesões na pele e focinho que costumam evoluir rapidamente. O ser humano é contaminado pelo fungo geralmente após algum pequeno acidente, como uma pancada ou esbarrão, onde a pele entra em contato com algum meio contaminado pelo fungo. Animais contaminados também transmitem a doença por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada.

Protocolo e Termo de Responsabilidade

A partir da confirmação da doença por profissional veterinário, o dono do animal deve procurar a Vigilância em Saúde e iniciar o processo para tratamento, com a oferta de acompanhamento da equipe técnica e o fornecimento do medicamento.

De acordo com a legislação vigente nos âmbitos municipal, estadual e federal, o animal é de responsabilidade do tutor, assim, este responsável deverá assinar o Termo de Responsabilidade de Zoonoses, quando se compromete, entre outras condições, a realizar o tratamento até a cura clínica total do animal e a manter o animal isolado, para que não contamine outros animais e humanos. Clique aqui e acesse o documento.

Segundo o médico veterinário da Vigilância em Saúde, Roberto Bello Dias, o tratamento da doença pode ser longo e requer muitos cuidados por parte do tutor, o que acaba resultando no aumento do número de animais abandonados. “Infelizmente muitas pessoas optam por abandonar o animal, quando deveriam cuidar e recuperar sua saúde, e isso tem nos preocupado muito, animal abandonado na rua transmite a doença, este é um caso de saúde pública”, explica.

Em relação aos animais de rua, a Prefeitura conta com a parceria de cuidadores que se dispõem à adoção durante o período de tratamento e com a ONG AMAR – Animais de Rua, que atua na busca de voluntários cuidadores e entidades parceiras.

Orientações de como proceder em caso de suspeita da Esporotricose:

– Isole o gato de outros animais e evite que ele tenha acesso à rua;

– Use luvas para manipular o animal e LAVE bem as mãos com água e sabão;

– Mantenha o ambiente limpo! Utiliza água sanitária ou cloro para limpeza;

Não abandone seu animal! A Secretaria de Saúde tem o tratamento disponível;

– Procure o médico veterinário;

– Em caso de morte do animal, é essencial que o corpo seja cremado, e não enterrado, isto porque a micose pode se espalhar pelo solo, e consequentemente outros animais.

A Esporotricose cutânea caracteriza-se por uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços | Foto: Divulgação

O que diz o Ministério da Saúde:

Esporotricose Humana

A esporotricose humana é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais. A infecção ocorre, principalmente, pelo contato do fungo com a pele ou mucosa, por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato o mais comum.

As principais formas clínicas da doença são as seguintes:

Esporotricose cutânea: caracteriza-se por uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços;

Esporotricose linfocutânea: é a forma clínica mais frequente; são formados pequenos nódulos, localizados na camada da pele mais profunda, seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada. A localização preferencial é nos membros;

Esporotricose extracutânea: quando a doença se espalha para outros locais do corpo, como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele;

Esporotricose disseminada: acontece quando a doença se dissemina para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).

Causas

A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix. Estes fungos podem apresentar duas formas no seu ciclo de vida: micelial (de filamentos) e levedura (parasitária). Na forma micelial, o fungo está presente na natureza, no solo rico em material orgânico, nos espinhos de arbustos, em árvores e vegetação em decomposição. A forma de levedura é a que pode parasitar o homem e animais.

Os indivíduos geralmente adquirem a infecção pela implantação do fungo na pele ou mucosa por meio de um trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; ou arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato o agente transmissor mais comum.

Transmissão

A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix. Esses fungos podem apresentar duas formas no seu ciclo de vida: micelial (de filamentos) e levedura (parasitária). Na forma micelial, o fungo está presente na natureza, no solo rico em material orgânico, nos espinhos de arbustos, em árvores e vegetação em decomposição. A forma de levedura é a que pode parasitar o homem e animais.

Os indivíduos geralmente adquirem a infecção pela implantação do fungo na pele ou mucosa por meio de um trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; ou arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato o agente transmissor mais comum.

Sintomas

Os sintomas da esporotricose aparecem após a contaminação do fungo na pele. O desenvolvimento da lesão inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea. Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose.

Mas o fungo também pode afetar os ossos e articulações, manifestando-se como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhantes ao de uma artrite infecciosa. As formas clínicas da doença vão depender de fatores como o estado imunológico do indivíduo e a profundidade da lesão. O período de incubação é variável, de uma semana a um mês, podendo chegar a seis meses após a inoculação, ou seja, a entrada do fungo no organismo humano.

Diagnóstico

A esporotricose pode ser diagnosticada por meio de uma correlação entre dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. A confirmação diagnóstica laboratorial é feita por meio do isolamento do fungo obtido de material de biópsia ou aspirado de lesões.

Nos casos mais graves, outras amostras, tais como escarro, sangue, líquido sinovial e líquor podem ser analisadas, de acordo com os órgãos afetados.

Técnicas sorológicas são ferramentas diagnósticas que auxiliam no resultado rápido tanto nos indivíduos que apresentam formas clínicas cutâneas quanto atípicas, inclusive manifestações sistêmicas de esporotricose. O resultado negativo em amostras suspeitas não afasta o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento deve ser realizado após a avaliação clínica, com orientação e acompanhamento médico. A duração do tratamento pode variar de três a seis meses, ou mesmo um ano, até a cura do indivíduo. Os antifúngicos utilizados para o tratamento da esporotricose humana são o itraconazol, o iodeto de potássio, a terbinafina e o complexo lipídico de anfotericina B, para as formas graves e disseminadas. O Sistema Único de Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, oferece gratuitamente o itraconazol e o complexo lipídico de anfotericina B para o tratamento da esporotricose humana.

Prevenção

A principal medida de prevenção e controle a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas, bem como o uso de calçados em trabalhos rurais. Os indivíduos com lesões suspeitas de esporotricose devem procurar atendimento médico, preferencialmente um dermatologista ou infectologista, para investigação, diagnóstico e tratamento.

Toda e qualquer manipulação de animais doentes pelos seus donos e veterinários deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Além disso, animais com suspeita da doença não devem ser abandonados, assim como o animal morto não deve ser jogado no lixo ou enterrado em terrenos baldios, pois isso manterá a contaminação do solo. Recomenda-se a incineração do corpo do animal, de maneira a minimizar a contaminação do meio ambiente e, assim, interromper o ciclo da doença.