Os laços políticos do bolsonarista Augusto Aras com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levou um grupo de mais de 30 subprocuradores da República assinarem um manifesto em prol da democracia e em defesa da urna eletrônica e do atual processo de votação. Aras tem sido omisso diante dos sistemáticos ataques à democracia e à urna eletrônica, que vem sendo feito pelo atual presidente da República.
No documento, os subprocuradores cobram de Aras uma “atuação firme” da Procuradoria Geral da República (PGR)) em relação aos ataques de Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Devido a seus interesses pessoais, já que Augusto Aras sonha com uma indicação política para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) ou de ser reconduzido por Bolsonaro para a chefia da PGR, a manifestação é a mais forte da cúpula do Ministério Público, que deveria ser a entidade de fiscalização do Poder Executivo.
No documento, os signatários relembram que Bolsonaro fez declarações contra a lisura das eleições brasileiras, ameaçou não aceitar o resultado do pleito de 2022 e disse até que as eleições presidenciais poderiam não ser realizadas no país. Eles pedem que a PGR instaure um procedimento preparatório eleitoral contra Bolsonaro, que pode resultar em uma ação judicial por abuso de poder perante o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Aras tem sido omisso e com isso colocando na lona a credibilidade do Ministério Público Federal (MPF), que passou a ser um mero departamento cumpridor de ordens do governo Bolsonaro. Com a perda da indicação ao STF, para a vaga de Marco Aurélio Mello, que ficou com o atual advogado-geral da União André Mendonça, Aras agora usa o cargo para conseguir a renovação da chefia da PGR por mais dois anos.
Leia a íntegra do documento:
“Os subprocuradores-gerais da República abaixo assinados, tendo em vista a gravidade das manifestações do Presidente da República Jair Bolsonaro, (…), entendem oportuno externar a Vossa Excelência, por nossas vozes, a gravidade da situação, que demanda a atuação efetiva, firme e preventiva do Ministério Público, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis