Segundo a Findes, esse foi o melhor resultado em mais de uma década
No primeiro ano do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a economia do Espírito Santo cresceu 4,8% em 2023 e a indústria capixaba teve o seu melhor desempenho em mais de uma década, de acordo com o Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes). No ano passado, o setor industrial avançou 9,1% em relação a 2022. Esse foi o melhor resultado desde 2011 (12,3%), segundo o PIB divulgado IBGE.
Os dados do IAE-Findes, calculado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), foram divulgados nesta última quinta-feira (14), em coletiva de imprensa na sede da instituição, em Vitória (ES).. Durante o encontro com os jornalistas, também foram apresentadas as atualizações das projeções da atividade econômica do Espírito Santo para 2024.
A presidente da Findes, Cris Samorini, explicou que o setor produtivo capixaba, em 2023, mostrou mais uma vez a sua relevância na geração de riquezas no Estado. “A indústria é o motor do desenvolvimento e vem contribuindo para o Estado se consolidar como referência no país em atração de investimentos e melhoria de ambiente de negócios”, assinalou a representante dos industriais do Espírito Santo.
Cris ressaltou ainda que o Espírito Santo conta com mais de 16 mil indústrias que juntas geram diretamente quase 233 mil empregos formais. “Somos o segundo estado mais industrializado do país e 38,4% da economia capixaba é fruto da indústria.”
A economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, lembrou que 2023 surpreendeu positivamente as expectativas que se tinha no início do ano. “Em janeiro de 2023, o Banco Mundial divulgou uma projeção para o crescimento econômico mundial no ano na ordem de 1,7%. Já em junho, revisou para 2,1% e, em janeiro deste ano, aumentou a estimativa para 2,6%. A nível nacional, o crescimento econômico também surpreendeu as expectativas iniciais e chegou a 2,9%, segundo o IBGE”, destacou Maríllia.
Segundo os dados do IAE-Findes, a economia do Espírito Santo, que cresceu 4,8% em 2023, foi impulsionada pelo bom desempenho da indústria como um todo, em especial pela extrativa, que teve alta de 27% no ano. “Este setor foi influenciado pelos resultados positivos nas produções das duas atividades que o compõem no Estado: petróleo e gás natural (23,1%) e pelotização do minério de ferro e outras atividades (31,7%)”, apontou Marília.
Além da indústria extrativa, a atividade de energia e saneamento e o segmento da construção registraram bons números em 2023, crescendo 7,7% e 0,9%, respectivamente.
Já a indústria de transformação reduziu em 4,1%, devido ao desempenho negativo de três das cinco atividades que a compõem: fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-13,4%), metalurgia (-4,9%) e fabricação de produtos alimentícios (-0,2%). As demais atividades tiveram variações positivas. São elas: fabricação de celulose, papel e produtos de papel (8,5%) e fabricação de coque, de derivados do petróleo e de biocombustíveis (0,3%).
“Com relação ao setor de serviços, todas as três atividades pesquisadas para o Estado tiveram crescimento no ano passado. Então vimos um bom desempenho em transportes (7,5%), comércio (5,6%) e demais atividades de serviços (3,4%). Por sua vez, a agropecuária retraiu 7,2%, devido ao desempenho da agricultura (-13,3%) e da pecuária (13,9%)”, disse Marília.
Cenários e perspectivas para 2024
O Observatório da Indústria da Findes elevou, nesta quinta-feira (14/03), para 4,5% a projeção de expansão da economia capixaba em 2024. Na última divulgação, realizada em dezembro de 2023, o crescimento projetado para o ano era de 3,1%. As projeções são calculadas com base em modelos estatísticos do IAE-Findes.
Caso as tendências se confirmem, todos os segmentos econômicos do Estado devem ter crescimento mantém a economia estadual avançar além da nacional (1,7%), segundo projeção da CNI, divulgada em dezembro.
De acordo com as projeções do IAE-Findes, a indústria será a protagonista do ano com previsão de alta de 7,5%, seguida de agropecuária (3,3%) e serviços e comércio (2,9%).