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Empresa Aérea Itapemirim fecha as portas e deixa passageiros e funcionários na mão

Dono do grupo Itapemirim, Sidnei Piva deve e não paga a 4,6 mil ex-funcionários e credores mais de R$ 253 milhões | Foto: Divulgação

Seis meses após ter entrado em operação e com salários atrasados e plano de saúde suspenso e denúncias do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) de que os mecânicos trabalham sem equipamento de proteção necessários, a ITA Itapermiim Transportes Aéreo fechou as portas. E o encerramento foi de largar os passageiros com passagem comprada à própria sorte, já que nesta última sexta-feira (17), dia do anuncio da suspensão “temporária”, no balcão da empresa no Aeroporto de Guarulhos (SP) já não havia um único funcionário para dar satisfação e promover o remanejamento para outra empresa aérea.

Com dívidas que ultrapassam R$ 253 milhões aos credores e dívida tributária de R$ 2,2 bilhões, além de se encontrar em recuperação judicial e com vários pedidos de falência, o espólio da empresa pré-falimentar foi adquirido em 2017 da família do falecido empresário capixaba Camilo Cola. Quem comprou foi um grupo de empresários paulistas: Sidnei Piva de Jesus, Milton Rodrigues Junior e Camila de Souza Valdívia.

Ilusionário ou aventureiro, o atual presidente, Sidnei Piva, vive fora da realidade de penúria econômica do grupo, que deve os salários e rescisões contratuais de mais de 4,6 mil ex-funcionários. Sidnei gosta de ostentação. Em março deste ano a Associação de Ex-funcionários e Credores do Grupo Itapemirim denunciou que ele, administrando uma empresa que não paga a quem deve, queria patrocinar o Flamengo. Ele ainda chegou a revelar a expansão da quantidade voos da empresa área, levando seus aviões a outros países da América do Sul, como a Argentina.

Piva chegou a sonhar e revelou à imprensa que até junho do ano que vem teria 50 aviões em operação, que atenderia a 35 destinos diferentes. Mas, a realidade é outra. A empresa conta atualmente com apenas sete aviões e atende menos do que os 14 aeroportos que seus aviões faziam pouso e decolagem no início da atividade seis meses atrás.

Inexplicável

Também de forma inexplicável, o mesmo Piva que administra uma empresa pré-falimentar no Brasil, de forma surpreendente abriu, em 21 de abril deste ano, uma nova e bilionária empresa na Inglaterra o Reino Unido (foto ao lado) no valor de £780 milhões (R$ 5,87 bilhões na cotação atual).

De acordo com o serviço de registro de empresas inglês, a empresa bilionária de Piva está localizada precisamente no endereço 68 Lombard St ,Langboum, no centro de Londres. O endereço fica em um condomínio empresarial com 10 andares e lá funciona como escritório virtual.

O mesmo serviço inglês ainda revela quem é o dono: “Sr. Sydney Piva de Jesus , pessoa Individual com significativo controle e propriedade de ações, com direito de nomear e destituir os diretores. A nova aventura de Pica na Inglaterra, tem a SS Space Capital Group UK Ltd  voltada para atividades econômicas holding de serviços financeiros, fundos de investimento, investimento aberto e fundos de investimentos imobiliários. Curiosamente, a imprensa brasileira divulgo a nova empresa de Piva nesta semana, dois dias antes de antes do estranho fechamento da empresa aérea.

O Sindicato Nacional dos Aeronautas colocou-se à disposição dos funcionários em descanso nas cidades os aviões foram paralizados

O Sindicato Nacional dos Aeronautas emitiu uma nota para se colocar à disposição dos associados que trabalham na ITA Itapemirim Transportes Aéreo para dar suporte, principalmente aos pilotos e comissários que se encontram em pernoite nas cidades onde a empresa aérea fazia as suas rotas. Além de não fornecer equipamento de segurança aos mecânicos que atuam nos aviões, o Sindicato ainda alerta que a empresa conta com irregularidades trabalhistas como o não pagamento de adicional noturno, horas extras, domingos e feriados trabalhados.

Comunicados

A empresa aérea emitiu um comunicado para falar sobre os transtornos que provocou nos passageiros e funcionários. Leia a seguir a íntegra:

Apesar de o comunicado, passageiros alegam que a empresa evadiu-se do balcão de atendimento nos aeroportos | Reprodução

“O Grupo Itapemirim informa que, por iniciativa própria, suspendeu temporariamente as operações de sua companhia aérea, a ITA, no início da noite desta sexta-feira (17) para uma reestruturação interna.

A decisão foi tomada por necessidade de ajustes operacionais. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já foi informada da decisão.

A ITA lamenta os transtornos causados e afirma que irá continuar prestando toda assistência aos passageiros impactados, conforme prevê a resolução 400 da Anac.

A companhia orienta os passageiros com viagens programadas para os próximos dias que entrem em contato pelo e-mail falecomaita@voeita.com.br.

A companhia irá dedicar o máximo esforço para, em breve, retomar seus voos.

O Grupo Itapemirim informa também que essa decisão não afeta a prestação de serviço do transporte rodoviário, por meio da Viação Itapemirim, cujas operações seguem normalmente”.

Para os passageiros de ônibus, a empresa alega ter “problemas técnicos” para não prestar atendimento | Reprodução

No entanto, o portal de venda de passagens terrestres para os ônibus da empresa apresenta o seguinte comunicado:

“Aviso importante

Estamos com problemas técnicos em nossa central de atendimento.

Caso precise entrar em contato conosco ligue (031) 2101-0721 ou escreva para o e-mail televendas@itapemirimcorp.com.br.

Caso queira atendimento da Itapemirim Transportes Aéreos manda uma mensagem via chat no site voeita.com.br

Agradecemos a compreensão”

ANAC

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se limitou a divulgar uma nota, que diz textualmente:

“A Anac distribuiu falando o que os passageiros devem fazer. “A Anac recomenda que os passageiros com voos que ocorrem a partir deste sábado (18) não se dirijam aos aeroportos antes de contatar a empresa aérea. Junto a isso, a agência determinou que a Itapemirim preste atendimento integral e comunique cada passageiro individualmente sobre cancelamentos de voos e reacomodações e a possibilidade de reembolso dos bilhetes”.