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Enfermagem volta a fazer manifestação em Vitória (ES) nesta sexta-feira, em defesa do piso salarial


Nesta última sexta-feira (9), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a favor da manutenção do lucro dos grandes empresários da “indústria” hospitalar, ao dar o segundo voto a favor da suspensão do piso da enfermagem


Enfermagem faz manifestação durante o inicio do processo de julgamento da decisão do ministro Barroso, do STF, que favoreceu aos empresários da “indústria” de hospitais privados | Vídeo: Redes sociais/YouTube

Durante o início do julgamento da decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a favor do interesse dos donos de hospitais, que não querem perder a lucratividade abusiva e pagar o piso mínimo dos enfermeiros, os profissionais da enfermagem realizam um novo protesto em Vitória (ES), nesta sexta-feira (9). Durante ao ato foi lembrado de que os médicos possuem piso salarial e que o valor atual é de R$ 17.742,78 e que o salário bruto do ministro Barroso, recebido em agosto, foi de R$ 39.293,32 e o líquido de R$ 25.843,37.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES), autor da Lei 14.434/2022, que garante um piso salarial de piso de R$ 4.750,00 para os enfermeiros; 70% desse valor aos técnicos de enfermagem; e 50% aos auxiliares de enfermagem e parteiras, esteve na Praça Costa Pereira, no Centro Histórico de Vitória (ES) junto aos profissionais de enfermagem para prestar o seu apoio. Na oportunidade, sobre o trio elétrico, lembrou de quanto o Brasil ainda promove discriminação. Contarato disse que mais de ¾ desses profissionais são mulheres e mais da metade são pretos e pardos.

Senador Fabiano Contarato lembra que o atual presidente Bolsonaro não queria o piso salarial da enfermagem | Vídeo: Twitter

Discriminação à enfermagem

E disse que a oposição ao piso da enfermagem mostra “o quanto o Brasil é sexista e racista”, afirmou o senador que colocou em prática o sonho da categoria de mais de 30 anos. Contarato conversou com o ministro Barroso, do STF, que foi quem protegeu os barões dos hospitais, que ficaram temerosos em perder o lucro abusivo que vem obtendo na “indústria” de hospitais privados. Esses empresários dos hospitais privados se esconderam atrás da Confederação Nacional da Saúde (CNSaúde), que foi a autora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7222, que pediu e teve a solicitação aceita por Barroso para suspender o piso, que deveria ser pago agora em setembro.

“A Enfermagem tem que continuar se mobilizando, indo para a rua. A Enfermagem tem vez e voz, tem valor. Vamos conseguir reverter a decisão. O plenário vai reconhecer aquilo que é lei, pois é lei o piso da Enfermagem”,  disse Barroso na Praça Costa Pereira, bem em frente ao Teatro Carlos Gomes. Após o ato na praça, os manifestantes seguiram pela Avenida Jerônimo Monteiro, em direção ao Palácio Anchieta, sede do governo do Estado. Na frente do palácio, motoqueiros, que em sua maioria são bolsonaristas, promoveram intimidação com arrancadas em seus veículos e a tentativa de passar no meio da categoria.

Segunda grande manifestação em Vitória

Na última segunda-feira, dia seguinte a decisão de Barroso favorável a manutenção dos lucros excessivos dos donos de hospitais, a enfermagem realizou um ato de grande porte, paralisando a Terceira Ponte, entre Vitória e Vila Velha. Em seguida, foram até a Assembleia Legislativa.

Em fevereiro deste ano, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) divulgou o novo piso salarial dos médicos para 2022, no valor de R$ 17.742,78, para 20 horas semanais de trabalho. O valor mínimo proposto para uma consulta é de R$ 217,89. A divulgação no portal foi dia 27 de janeiro, mas este valor é retroativo ao dia 1 de janeiro de 2022.  O piso salarial dos médicos é estabelecido pela Lei 3.999/61 e anualmente é corrigido pela aplicação da taxa de variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice acumulado em 2021, foi de 10,16%.