Ao contrário do Brasil que vive a euforia do “fim” da pandemia, a Alemanha, país do primeiro mundo, enfrenta uma quarta onda da epidemia de Covid-19 motivada principalmente por negacionistas à vacina contra o novo coronavírus. A situação está preocupando às autoridades alemãs. O ministro da Saúde daquele país, Jens Spahn, defendeu o reforço das medidas de restrição, nesta última quarta-feira (3), para conter o aumento de casos da doença.
“Atualmente, estamos vivendo uma pandemia essencialmente dos não vacinados, e ela é massiva”, disse o ministro. “Em algumas regiões da Alemanha, os leitos de UTI disponíveis estão ficando novamente esgotados”, afirmou Spahn, em tom de advertência devido à deterioração do contexto sanitário.
O ministro conservador pediu às regiões, que têm competência na área de saúde, para endurecerem as regras aos não vacinados em caso de aumento de contágios, como a proibição do acesso a alguns locais públicos ou a exigência de um teste PCR negativo, que são caros no país, contrariamente aos testes de antígeno, bem mais baratos e à venda nos supermercados.
Alguns estados alemães, como a Saxônia, no leste, e Bade-Wurttemberg, na região sudoeste, pretendem aumentar as medidas de controle. “Não tem nada a ver com bullying de vacina”, declarou o ministro, “mas com evitar uma sobrecarga do sistema de saúde”, explicou Spahn. O político conservador também afirmou que deseja acelerar as doses de reforço, recomendadas para pessoas com mais de 70 anos, seis meses após a conclusão do ciclo vacinal.
Baixa imunização
Somente nesta quarta-feira foi registrado um aumento de casos de Covid-19 na Alemanha, com 20 mil novos contágios registrados em 24 horas. No mesmo período foram anotadas nas estatísticas oficiais 194 mortos. segundo o balanço oficial. O presidente do instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch, Lothar Wieler, confirma a tendência de propagação da quarta onda. Ele disse que “a pandemia avança”, como se temia, “porque o número de pessoas vacinadas não é suficiente”.
Wieler também lamentou que as regras de acesso aos locais públicos, como restaurantes e salas de espetáculos, não são aplicadas de maneira correta o tempo todo. A chanceler Angela Merkel expressou preocupação com os números dos últimos dias e falou que estava “triste” por ver que “entre dois e três milhões de alemães de mais de 60 anos ainda não tomaram a vacina”. De acordo com o instituto Robert Koch, 66,8% dos alemães (55,6 milhões de pessoas) estão completamente vacinados.