Em matéria assinada pela jornalista Letícia Gonçalves, do jornal online A Gazeta, é dada a informação de que o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, de 48 anos incompletos, réu em ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos terroristas de Brasília, já esteve no Senado Federal a convite do senador Magno Malta (PL). Ele é acusado de ser um dos autores da bomba colocada em um caminhão tanque, nas proximidades do Aeroporto de Brasília. O convite para comparecer ao Senado ocorreu em 2018, no mandato anterior de Malta, e foi para que o blogueiro prestassem depoimento na então CPI dos Maus-Tratos.
“Também há pedido para ouvir reservadamente o jornalista Wellington Macedo de Souza. Segundo Malta, ele é autor de inúmeras matérias publicadas sobre violência sexual contra crianças e adolescentes no interior do Ceará, apontando a falta de julgamento e de punição de muitos agressores”, diz trecho de reportagem da Agência Senado publicada no dia 20 de agosto de 2018 e cuja íntegra pode ser acessada clicando neste link.
Wellington Macedo, que já anda com tornozeleiras eletrônica desde a sua prisão, em setembro de 2021, no âmbito do inquérito aberto para investigar a organização de manifestações violentas no feriado de 7 de setembro. Ele incitava invasão do STF (Supremo Tribunal Federal), o que acabou por ocorrer em 8 de janeiro deste ano. O blogueiro cumpria, desde outubro de 2021, prisão domiciliar e estava de tornozeleira eletrônica, o que facilitou às autoridades policiais comprovar a sua participação no ato terrorista planejado.
Ligação antiga com Magno Malta
A ligação de Wellington Macedo com o agora senador eleito Magno Malta é antiga. Ele afirma em suas redes sociais que é amigo da ex-ministra da Mulher do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a atual senadora eleita por Brasília, Damares Regina Alves (Republicanos). Essa amizade levou Wellington a ir trabalhar por nove meses no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, cuja ex-ministra Damares Alves já tinha sido anteriormente assessora do gabinete de Magno Malta.
De acordo com A Gazeta, a então assessora Damares era quem tomava conta da CPI dos Maus-Tratos e decidiu colocar o nome de seu amigo, Wellington Macedo, como um dos depoentes “Macedo esteve no gabinete de Magno Malta para falar com a aliada por diversas vezes. Em algumas delas também com o senador”, diz trecho da reportagem.
O encontro do blogueiro Wellington Macedo com Magno Malta foi noticiado naquela ocasião pelo portal de notícias Sobral 24 horas e pode ser lido clicando neste link. A reportagem diz que o bogueiro “entregou relatório dos maus-tratos contra crianças e adolescentes. As investigações sobre os estupros, assédio sexual contra crianças, os maus-tratos psicológicos praticados por diretoras, coordenadoras e professoras dentro das escolas municipais de Sobral, não ficarão impunes”.
O portal nordestino ainda noticia: “Foi entregue a relação dos nomes de 59 diretoras, algumas coordenadoras do 2º, 5º e do 9º ano fundamental, inclusive nomes daquelas que tem conhecimento dos crimes e são omissas, não colaborando e até tentando acobertar os maus-tratos, incluindo também o bullying “terrorismo” praticados violentamente contra adolescentes das escolas, já confirmados nas escolas Maria do Carmo Andrade, Mocinha Rodrigues, Antônio Custódio de Azevedo, além de outras que futuramente será do conhecimento de todos.”
Atentado terrorista a bomba
Natural de Sobral (CE), o blogueiro é acusado de tentar explodir uma bomba em um caminhão nas proximidades do aeroporto de Brasília na véspera do último Natal. A tentativa de atentado foi flagrada por câmeras de uma loja e do próprio caminhão, que mostram o momento em que o carro dirigido por Wellington se aproxima do veículo, para que o comparsa Alan Diego dos Santos Rodrigues coloque a bomba. As imagens foram divulgadas amplamente pelas redes de televisão.
O blogueiro, que deveria estar em prisão domiciliar, vinha frequentando o acampamento bolsonarista em frente ao Comando do Exército. Ele já era procurado pela polícia desde 12 de dezembro, quando bolsonaristas radicais tentaram invadir o prédio da Polícia Federal em Brasília e incendiaram uma dezena de veículos na cidade. “Nós conseguimos comprovar que no dia 12 de dezembro o cearense e o outro (Alan Diego) praticaram também atos de depredação. A prisão dos dois também foi decretada. Eles têm dois mandados de prisão em aberto contra cada um deles”, disse o delegado Leonardo de Castro Cardoso, da Polícia Civil do DF em entrevista à Rede Globo.