Contrariando a estranha classificação dada pelo atual governo do PSB Espírito Santo de que Vitória, a capital do Espírito Santo é, em todo o mundo, a única cidade classificada como “risco muito baixo” para a transmissão da Covid-19, o próprio governo Casagrande está avaliando o cancelamento do Carnaval 2022. O cancelamento do carnaval de rua já foi anunciando pelas cidades carnavalescas mais importantes do Brasil, como Rio de Janeiro, Salvador e Olinda (PE). O cancelamento decorre do risco real de contágio pela variante Ômicron do Covid, que já é responsável pelo maior número de casos no próprio Brasil e nos demais países.
O “risco muito baixo” de contaminação em meio a uma nova onda mundial de contaminação é uma classificação que apenas beneficia os políticos profissionais em busca de votos em ano eleitoral. É comum nessas ocasiões onda ocorre grande aglomeração de pessoas, os pré-candidatos aparecerem com suas propostas mirabolantes e lembrando que são candidatos nas eleições de 2 de outubro (primeiro turno) e 30 de outubro (segundo turno).
Os critérios para estabelecer Vitória como cidade de “risco muito baixo” vêm da vacinação, como se esta fosse suficiente para eliminar a contaminação com novas variantes do novo coronavírus. É o caso de Israel, o país que vacinou proporcionalmente o maior número de habitantes com três doses de imunizantes e caminha para aplicar a quarta dose. Mesmo assim foi em Israel que surgiu a Flurona, uma coinfecção com o Sars-Cov-2 (vírus que causa a Covid-19) e o Influenza (vírus da gripe).
Vitória teve 9% a mais da população vacinada, diz ES
A alegação do governo estadual é que até esta última quarta-feira (5), a capital do Estado tinha aplicado 771.095 doses de vacinas contra o novo coronavírus, com 323.596 primeiras doses, 321.605 segundas doses e outras 118.855 doses como reforço. A contabilidade do Estado chega a ultrapassar o percentual de 100% para dizer que Vitória vacinou 109,18% da população acima de 12 anos. Especificamente entre as crianças e adolescentes da faixa de 12 a 17 anos é dada a informação de que 90,23% desse público da capital já receberam a primeira dose e que 90,06% dos moradores com mais de 65 anos já receberam a terceira dose.
Por enquanto o atual governo estadual não seguiu o que já fez os Estados onde o carnaval tem mais expressão internacional do que Vitória e apenas diz que está discutindo com os municípios, como se os prefeitos entendessem em um ano eleitoral a importância de evitar aglomeração carnavalesca. Apesar do viés político para uma decisão que deveria ser embasada na ciência, o próprio Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen) já divulgou que ocorreu uma elevação de 30% na quantidade de confirmação de Covid após as recentes festas de final de ano, que foram embaladas com muita aglomeração. Entre os municípios que ignoraram a multidão espremida para assistir a queima de fogos está Vila Velha.