Diante das federações partidárias criadas nacionalmente, a esquerda capixaba ficou com poucas opções para escolher o candidato ao Governo do Estado e ao Senado. Para governador há um único candidato, o capitão PM Vinicius Sousa (PSTU) concorre ao cargo de governador do Espírito Santo nas eleições de 2 de outubro. Para no Senado há apenas três opções. Ou escolhe o candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU, Filipe Skiter, o candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOl), Gilbertinho Campos, ou vota nulo. Não há uma quarta opção.
De acordo com uma militante do Partido dos Trabalhadores (PT), que vinha coordenando o lançamento de uma candidatura avulsa ao Senado, os petistas capixabas estão divididos entre votar no candidato a governador do PSTU e nas duas opções que restam ao Senado, Filipe Skiter ou Gilbertinho Campos. Segundo ela, os petistas mais ortodoxos vão dar um voto ideológico, ou seja, votarão nulo para governador e senador, digitando o número 13 na urna eletrônica. Como o PT não tem candidato a governador e nem a senador, o voto 13 para esse caso será anulado.
O PT capixaba tinha um nome de peso e com chances reais de vencer a eleição, o senador Fabiano Contarato, mas por pressão da Federação Nacional PSB, PT, PCVdoB e PV, teve que retirar o nome. Em tese o PT teria que apoiar a reeleição do atual governador Renato Casagrande, mas como ele ignorou o PT e escolheu para vice o direitista e o ex-relator da reforma trabalhista do governo Temer, o político Ricardo Ferraço (PSDB), ficará difícil votar em um candidato de direita.
Falta de diálogo de Renato Casagrande
Já para o Senado, Casagrande impôs o nome da atual senadora Rose de Freitas (MDB), tida pelos petistas como sendo bolsonarista. A direção local do PT quer ainda pedir a Casagrande para que a suplência de Rose de Freitas seja dada ao partido. A falta de diálogo de Casagrande e a imposição de nomes para a vice-governadoria e para o Senado sem ouvir o PT, trouxe insatisfação à base petista no Espírito Santo.
Já o PSOL teve a Federação criada nacionalmente com a Rede de Sustentabilidadade, que no Espírito Santo tem como candidato a governador o ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos, que não é visto como um representante da esquerda. Já a direita oferece a opção de várias candidatura ao governo e ao Senado, nomes que vão até bolsonaristas radicais da extrema direita.
Desistências de nomes avulsos do PT ao Senado
O PT perdeu forças no Espírito Santo para fazer impor ao governador Casagrande nomes de suas fileiras para concorrer ao Senado, já que perdeu a chance de ter um petista como candidato a vice-governador junto ao atual governador. O evento que estava programado para este sábado (30), às 9h30. A plenária que iria ocorrer no Espaço Vitória, na Avenida Leitão da Silva, 2.159, no Bairro Itararé, em Vitória, foi cancelada. Com isso, garantem lideranças autenticas da esquerda capixaba, dificilmente alguém irá votar em Ricardo Ferraço (vice de Casagrande) ou em Rose de Freitas.
Um dos dois nomes que o PT pretendia lançar como candidato avulso ao Senado, a professora Célia Tavares, divulgou nesta quinta-feira uma carta onde informa que desistiu em permitir que seu nome seja lançado. Na carta com nove parágrafos, a professora Célia,.que teve expressiva votação para prefeita de Cariacica nas eleições de 2020, diz em um dos trechos: “Informo aos companheiros e companheiras, às diversas lideranças que me apoiaram nesta trajetória, que a direção nacional do PT e a federação ‘Brasil da Esperança’ decidiram por não ter uma candidatura própria ao Senado no estado do Espírito Santo”.
“Em que pese a tristeza por não poder manter a nossa pré-candidatura que fazia parte do grande movimento de garantir uma efetiva representação das mulheres nos espaços de poder, lamentamos o desfecho. Porém reconheço que não temos tempo para lamúrias, o nosso tempo deve estar centrado em apoiar os nossos companheiros e companheiras que permanecem na disputa. Em especial agradeço o grande apoio recebido do companheiro Helder Salomão, da companheira Iriny Lopes e dos companheiros da Coletiva”, disse Célia Tavares em outro trecho da carta. Já o outro pré-candidato ao Senado, o ex-reitor da Ufes Reinaldo Centoducatte também lamentou nas redes sociais a retirada do seu nome como pré-candidato ao Senado.