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ESTARRECEDOR: Gabinete paralelo de Bolsonaro insiste no uso de cloroquina e combate vacina

Novos vídeos do gabinete paralelo apurados pelo portal Metropóles e editados pelo portal Jornalistas Livres | Fonte: YouTube

A ação dos negaconistas em defesa da cloroquina e contra a vacina para combater o Covid-19, sendo que alguns dos integrantes do gabinete paralelo são portadores de diplomas de médico, se assemelha aos experimentos nazistas na II Guerra Mundial

Após a divulgação dos vídeos do gabinete paralelo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a CPI da Pandemia chegou à conclusão de que está provada a existência do grupo que decidia quem iria morrer, sem vacina contra o Covid-19. O gabinete reuniu as piores cabeças negacionistas do Brasil, com o aval do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Medicina, que se transformaram em órgãos de apoio ao genocídio no país. Nos vídeos é possível ver as imagens das reuniões, das inúmeras defesa da cloroquinia e da hidroxicloroquina, com argumentos contra a vacina.

A prática dos negacionistas é semelhante com os relatos do Museu Americano do Holocausto sobre as experiências médicas nazistas, onde os experimentos dos nazistas se dividiam em três tipos. Um desses era a experimentação de medicamentos. “A segunda categoria de experiências tinha por objetivo desenvolver e testar medicamentos, bem como métodos de tratamento para ferimentos e enfermidades que os militares e a equipe de ocupação alemã encontravam no campo”, relata o museu.

“Nos campos de concentração de Sachsenhausen, Dachau, Natzweiler, Buchenwald e Neuengamme, os cientistas testaram agentes imunizantes e soros para prevenir e tratar doenças contagiosas como a malária, o tifo, a tuberculose, a febre tifóide, a febre amarela e a hepatite infecciosa, inoculando os prisioneiros com tais doenças. O campo de Ravensbrueck foi o local de experiências cruéis com enxertos ósseos, e onde testaram a eficácia de um novo medicamento desenvolvido, a sulfa (sulfanilamida), às custas das vidas dos prisioneiros”, acrescenta a entidade americana.

A prática dos médicos nazistas era pior do que o que era feito pelos médicos da Idade Média. A medicina medieval era uma herança greco-romana, de Hipócrates (460-370 a.C.) e Galeno (129-216), com inovações pelo árabe Avicena (980-1037) e outros. A idéia é que doenças não são causadas por coisas sobrenaturais, mas físicas. Não era nem de longe ciência: astrologia era considerada “física” e médicos faziam mapa astral antes de executar sangrias ou cirurgias. Na Alemanha de Hitler, os médicos que atuaram nos campos de concentração de Natzweiler e Sachsenhausen, usavam os prisioneiros na experiência de perigosos gases fosgênio e mostarda, com o objetivo de testar possíveis antídotos.

Foto oficial do gabinete paralelo feita pelo Palácio do Planalto mostra os defensores da cloroquina e contrários à vacina contra o Covid-19

Negacionistas

O gabinete paralelo que se reuniu à revelia do Ministério da Saúde, então comandado pelos médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, para debater os experimentos com cloroquina, medicamento reprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e até pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), era comandado pelo deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). Entre a “equipe” estava a médica demitida do Hospital Albert Einstein, Nise Yamaguchi, exatamente por insistir no uso do medicamento sem nenhuma eficácia contra o Covid-19, o virologista Paolo Zanotto, os irmãos Arthur e Abraham Weintraub, entre outros “conselheiros” de Bolsonaro.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia, as reuniões assustadoras do gabinete da morte ocorriam ao mesmo tempo, no ano passado, em que o laboratório Pfizer enviou 53 e-mails com ofertas de vacinas e, que caso tivessem sido aceitas, o Brasil não teria mais de 460 mil pessoas mortas pelo descaso do Governo com os imunizantes. De acordo com o senador “omissão na aquisição de vacinas da Pfizer acontecia ao mesmo tempo em que o Itamaraty pressionava a Índia para liberar cargas de hidroxicloroquina a uma empresa brasileira”.

Aval ao erro pelos Conselhos de Medicina

A ação criminosa contou com o aval do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Medicina, que insistem discordar da OMS, da Fiocruz e da Anvisa e ficar com o obscurantismo do uso de medicamentos condenados. O Conselho Federal publicou, de forma audaciosa, no último dia 2 uma “moção de repúdio”, onde ao invés de ficar ao lado da ciência, optou em para criticar a CPI da Pandemia e dar seu apoio aos médicos que insistem no uso criminoso da cloroquina e de demais medicamentos sem nenhuma eficácia comprovada contra o Covid-19. Os Conselhos de Medicina perderam a credibilidade e o respeito.

Leia a íntegra da Moção de Repúdio do CFM

MOÇÃO DE REPÚDIO

Em defesa do médico, ao respeito e à civilidade na CPI da Pandemia

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em nome dos mais de 530 mil médicos brasileiros, vem publicamente manifestar sua indignação quanto a manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes e convidados médicos no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.

Os médicos brasileiros têm se desdobrado na Linha de Frente contra a covid-19. Graças a eles e às equipes de saúde, milhões de pessoas conseguiram recuperar sua saúde e hoje estão em casa, com suas famílias e amigos. Essa atuação tem ocorrido com dedicação, empenho e, muitas vezes, sem condições de trabalho. Por isso, merece ser reconhecida de forma individual e coletiva.

São esses mesmos médicos, que estão na Linha de Frente, que buscaram o CFM para manifestar sua insatisfação com a postura de membros da CPI nas oitivas em que profissionais da medicina participam como convidados ou testemunhas. É com eles que o CFM se solidariza nessas críticas.

A classe lamenta que esses médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação. Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias.

No entendimento do CFM, e da classe médica, o que tem sido exibido em rede nacional configura situação inaceitável e incoerente com o clima esperado em um ambiente onde as discussões devem se pautar pela transparência e idoneidade. Em lugar disso, testemunha-se situações que desmoralizam os médicos e as médicas.

Reitere-se que os comentários dessa nota se referem aos médicos e médicas depoentes enquanto indivíduos, não significando apoio aos seus posicionamentos técnicos, éticos, políticos, partidários e ideológicos. Na CPI, eles responderão por suas ações e omissões, as quais, se forem consideradas indevidas, serão alvo de providências por parte do Ministério Público e de outros órgãos competentes.

Assim, o CFM e os 530 mil médicos repudiam veementemente os excessos e abusos no trato de parlamentares em relação aos depoentes e convidados, em especial médicos e médicas, e clama ao Senado Federal que os trabalhos sejam conduzidos com sobriedade para que o País tenha acesso às informações, dados e percepções que permitirão à CPI concluir seus trabalhos de modo efetivo.

Neste sentido, encaminha esse documento ao presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, para que, ciente destes fatos, tome as providências que considerar necessárias.

Brasília, 2 de junho de 2021.

Conselho Federal de Medicina (CFM)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Acre (CRM-AC)

Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas (CREMAL)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CREMAM)

Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Distrito Federal (CRM-DF)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Espírito Santo (CRM-ES)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Goiás (CREMEGO)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Maranhão (CRM-MA)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso (CRM-MT)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso do Sul (CRM-MS)

Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-PA)

Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná (CRM-PR)

Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (CREMEPE)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí (CRM-PI)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Norte (CREMERN)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS)

Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (CREMERO)

Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima (CRM-RR)

Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina (CRM-SC)

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP)

Conselho Regional de Medicina do Estado de Sergipe (CREMESE)

Conselho Regional de Medicina do Estado do Tocantins (CRM-TO)