O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (DEM), está sendo apontado por moradores e comerciantes que contestam o aumento abusivo, do já caro IPTU daquele município, além da farra com dinheiro público por parte dos vereadores e adotar medidas de censura às manifestações. A primeira foi apontada como sendo o Decreto 023/2022, assinado um dia após os moradores de Cariacica combinarem que a próxima manifestação na frente da Prefeitura de Cariacica (PMC) teria o acompanhamento de um trio elétrico. Entre os oito considerandos, o prefeito alegou que a medida era para conter a expansão do Covid e do surto de gripe.
Nos grupos das redes sociais onde estão sendo organizadas as manifestações, uma das lideranças do movimento denunciou ter comparecido até a sua residência, em Jardim Campo Grande, uma rua onde a Prefeitura não fez nenhuma benfeitoria e nem calçamento um carro oficial da PMC com o fiscal Alci Barcelos Nunes, admitido pelo regime da CLT em 5 de setembro de 1984 para notificar sobre uma suposta “serralheria” em um local onde só há uma residência humilde. O morador atribui a atitude do fiscal como sendo uma pessoa mandada para impor censura a mando do prefeito do DEM. Na notificação, o fiscal da PMC escreveu ipsis litteris: ”Adquarsé as normais de segurança, e ambientais”. No portal da Transparência consta que o salário desse fiscal é de R$ 9.833,33 por mês.
“Perseguição para quem contesta o prefeito”
“Cheguei agora em casa e tá aí a notificação. Tenho que regularizar uma serralheria que já não existe. O fiscal é tão despreparado que não reparou que não existe serralheria no local. Está notificação deve ser para eu regularizar. Do contrário virão aqui fechar a serralheria que já está fechada. Não vou afirmar se foi a mando do prefeito porque pode ter sido algum carniceiro de vereador”, disse a vítima do ataque do fiscal da PMC. ”A perseguição é contra quem está indo contra o aumento dos vereadores e do IPTU. E desta forma que o povo é repreendido se for contra alguma coisa que o prefeito fizer de errado. Ele gosta de elogios. As críticas são tratadas desta forma”, respondeu outro morador.
No decreto que a população está entendo como um gesto de censura contra os protestos do aumento abusivo do IPTU, dos aumentos identicamente abusivos dos próprios salários dos vereadores e o uso do dinheiro público pela Câmara de Vereadores para contratar mais assessores e elevar a verba de gabinete ainda neste ano. Os protestos ainda criticam o prefeito por ter criado em ano eleitoral duas novas secretarias municipais, cujo serviço vem sendo feitos normalmente por outras secretarias, para criar 60 novos cargos comissionados.