Diante de acusações políticas infundadas do promotor Diego Luciani contra a atual vice-presidenta Cristina Kirchner, da Argentina, que deseja repetir no país vizinho o mesmo roteiro que Deltan Dellagnol usou no Brasil para mentir contra o ex-presidente Lula, que foi necessário uma nota de repúdio do Grupo de Puebla. A organização pan-americana reúne líderes progressistas da América Latina e da Espanha. Entre os signatários está a ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff, o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, o ex-presidente da Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, entre outros.
“O Grupo de Puebla lamenta e rejeita a guerra jurídica (lawfare) que está sendo travada contra a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner em um processo atormentado por contradições e motivado por interesses políticos obscuros de conglomerados econômicos poderosos”, afirma trecho do texto.
O Grupo de Puebla considera que este caso confirma “a tendência arriscada, mas infelizmente comum” de outros casos na América Latina contra ex-presidentes como Luiz Inácio Lula da Silva, Rafael Correa, Evo Morales e Dilma Rousseff, com um denominador comum: “retaliação por seu trabalho do lado do progressismo”. “Expressamos nosso repúdio a esta perseguição e advertimos sobre os sérios riscos que ela implica para a democracia argentina”, diz outro trecho do documento.
Segundo o portal argentino Página12, mesmo com testemunhas dizendo o contrário, o promotor usa as suas argumentações políticas para atacar Cristina Kirchner, que foi presidenta da Argentina entre 2007 e 2015 e atualmente é a vice-presidenta de Alberto Fernández. “Como vem reportando Página/12, que acompanhou este julgamento desde maio de 2019, até as testemunhas da Promotoria desmentiram as hipóteses da acusação. Nenhuma das empresas – algumas grandes e internacionais-questionou as licitações nem se apresentou à justiça, como costumam fazer”, diz o diário argentino.
“O promotor Luciani joga para a tribuna, aproveitando que aqueles que estão vendo a alegação pelas redes sociais não presenciaram as audiências e só têm a ótica instalada pelos grandes meios alinhados com o macrismo. Então ele faz afirmações Bombásticas, mas não pode referenciá-las em algo que uma testemunha tenha dito nos três anos de audiências. É como se não houvesse julgamento até agora. Ele esconde que no julgamento ele foi dizendo quase o contrário”, continua o diário da Argentina.
Íntegra da Declaração do Grupo de Puebla
O Grupo de Puebla lamenta e rejeita a guerra jurídica que está sendo realizada contra a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner em um processo repleto de contradições e motivado por obscuros interesses políticos de poderosos conglomerados econômicos. Este caso confirma, a tendência arriscada, mas lamentavelmente comum a outros casos na América Latina contra ex-presidentes como Luis Inacio Lula da Silva, Rafael Correa, Evo Morales e Dilma Rousseff, com um denominador comum: as retaliações por seu trabalho do lado do progressismo.
Expressamos nosso repúdio a esta perseguição e advertimos sobre os graves riscos que acarreta para a democracia argentina. O original, em espanhol, pode ser lido clicando neste link.
1. Dilma Rousseff
2. José Luis Rodríguez Zapatero
3. Ernesto Samper
4. Rafael Correa
5. Fernando Lugo
6. Celso Amorim
7. Irene Montero
8. Guillaume Long
9. Alicia Bárcena
10. Baltasar Garzón
11. Aloizio Mercadante
12. Ricardo Patiño
13. Daniel Martínez
14. Beatriz Paredes
15. Iván Cepeda
16. Andrés Arauz
17. Hugo Martínez
18. Ana Isabel Prera
19. Marco Enríquez-Ominami
20. Carlos Sotelo
21. Camilo Lagos
22. Gabriela Rivadeneira
23. Esperanza Martínez
24. Carol Proner
25. María José Pizarro
26. Clara López
27. Carlos Ominami