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Exercício físico previne danos cardíacos causados por sobrecarga de ferro em animais experimentais

Exercício físico previne danos cardíacos | Imagem: Reprodução/Internet

Texto: Professora / Doutora Renata Ávila

O estilo de vida moderno, acompanhado de inatividade física, contribui para o aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas e estratégias não farmacológicas – como a prática de exercícios físicos – têm sido amplamente investigadas para reduzir a dose e o número de medicamentos, além de aumentar a expectativa e a qualidade de vida de pacientes crônicos.

Neste sentido, há uma boa novidade para pacientes com sobrecarga crônica de ferro: uma pesquisa com animais experimentais desenvolvida na UFES apresenta evidências que a prática de exercícios físicos pode amenizar os efeitos desta condição.

Esta pesquisa constitui a tese de doutorado da bióloga Renata Andrade Ávila, orientada pelo professor Leonardo dos Santos e foi publicada na revista Experimental Physiology. Neste trabalho, animais experimentais com sobrecarga de ferro praticaram corrida em esteira em velocidade moderada, cinco vezes por semana durante dois meses. Ao fim deste período, os animais ainda apresentavam índices elevados de ferro corporal, mas com menos efeitos deletérios.

Após o protocolo de exercícios, o coração dos animais exercitados apresentava melhor desempenho relacionado à força de contração e menos indicadores de lesão do tecido cardíaco foram identificados nestes animais.

Além disso, o exercício físico moderado praticado pelos animais diminuiu os indicadores de estresse oxidativo no coração e no sangue, assim como a fibrose e a lesão no fígado.

Até o presente momento, esta é a primeira vez que um protocolo de exercício físico é evidenciado como tendo um efeito benéfico na cardiomiopatia por sobrecarga de ferro. Devido ao seu baixo custo e alta acessibilidade, fácil execução e possibilidade de alta adesão, a prática de exercícios físicos aeróbicos alia outros benefícios como capacidade funcional para realização de tarefas da vida diária, independência, bem-estar psicossocial e, consequentemente, a qualidade de vida desses pacientes.

De acordo com os autores, este trabalho deve instigar a proposição da prescrição de exercícios regulares como abordagem não farmacológica complementar em condições de sobrecarga de ferro, a ser testada em futuros ensaios translacionais e pré-clínicos.