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Exigência de passaporte vacinal contra Covid não deverá ocorrer em bairros perigosos no ES

Bairros e vilarejos localizados em regiões comandadas pelo tráfico de drogas e sem a presença do Estado, dificilmente terá exigência para o cliente entrar sem apresentar o comprovante de vacina

Dificilmente dono de bar em bairro controlado pelo crime exigirá passaporte vacinal. Foto: Bar no Bairro Aparecida, Cariacica/Google

O maior desafio do governo estadual será ver entrar em prática, efetivamente, o “Termo de Compromisso”, que redigiu juntamente com 14 lideranças empresariais, sem a participação dos empresários que administram o Transcol e os líderes religiosos, responsáveis pelas igrejas no Espírito Santo. O item do acordo “somente admita, em seus estabelecimentos o acesso de pessoas que estejam com a vacinação em dia”, ou seja, o passaporte vacinal, dificilmente será exigido nos pequenos vilarejos capixabas e, principalmente, em bares, de bairros controlados pelo tráfico de drogas e sem a presença do Estado.

O governo estadual não tem um exército de fiscais para controlar o cumprimento de tal acordo. A medida, para efeito de marketing, vai ocorrer efetivamente nos barzinhos voltados para a classe econômica abastada, na Praia do Canto e a orla das praias, como Guarapari, Vitória, Vila Velha. Mas, dificilmente haverá exigência de apresentação de comprovante em bairros da Serra, Vila Velha, Cariacica, São Mateus, Linhares e Guarapari, onde há alto índice de violência. O comerciante que fizer exigência de passaporte vacinal correrá risco de morte.

Ônibus e igrejas continuam sem exigências

A medida adotada na última semana junto com parte dos empresários, e sem a participação dos donos dos ônibus urbanos sem janelas e superlotados, local onde há o maior vetor de contágio pela quarta onda do Covid, falhou. Falta uma posição de demonstração de força do governo do Estado, em adotar medidas rígidas para evitar o caos que vem ocorrendo com os hospitais. No Hospital Dr Jaymne Santos Neves, na Serra, a maior referência para infectados pela nova variante Ômicron, está com todos os leitos ocupados.

As medidas brandas não contribuirão para evitar a explosão de contaminações pela nova variante Ômicron. Ao contrário do início da pandemia, o governo estadual chegou proibir a circulação dos ônibus sem janelas e superlotados do Transcol, por ser esse um dos ambientes onde mais se propaga o Covid no Espírito Santo. Agora, em ano eleitoral, os donos do transporte coletivo nem chegaram a ser convidados para participar da reunião com demais empresários para redigir o “Termo de Compromisso”. Da mesma forma, faltou a participação de religiosos.