Em comunicado conjunto à imprensa, a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, e o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , o capixaba e ex-presidente da Findes Léo de Castro, elogiaram a nova política industrial do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O elenco de medidas traz metas e ações para o desenvolvimento até 2033, proporcionando inovação e sustentabilidade às indústrias nacionais.
“Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização”, disse Léo Castro, representante da CNI.
“A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes. É preciso recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maiores e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem”, completou o vice-presidente da CNI.
Impacto no Espírito Santo
Para a presidente da Findes, Cris Samorini, com o plano “Nova Indústria Brasil”, o Espírito Santo terá ainda mais potencial para atrair investimentos, gerar negócios e desenvolvimento socioeconômico para o Estado.
“Entre os segmentos que o plano contempla e que tem grande potencial de contribuir com o desenvolvimento do Espírito Santo estão a atualização do parque industrial, a inovação e a tecnologia, a mobilidade verde (mobilidade e logística sustentável de baixo carbono) e a exportação”, disse.
A industrial lembrou ainda que o Espírito Santo é o segundo estado mais industrializado do Brasil, com 38,4% de participação do setor no PIB capixaba. “Isso demonstra a importância que uma política industrial pode ter para o nosso Estado, que a partir do plano “Nova Indústria Brasil” terá mais condições para agregar valor à cadeia produtiva, estimulando a indústria de transformação”, afirmou.
O diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, também avaliou a nova política industrial como muito positiva. Para ele, o conjunto de programas inseridos nas missões de política industrial tem potencial para permitir que o Brasil aproveite as oportunidades trazidas pela necessária descarbonização da economia, permitindo que o setor industrial brasileiro lidere o processo de desenvolvimento sustentável com inclusão social e redução das desigualdades.
“Nós vemos no mundo hoje uma grande janela de oportunidade para a descarbonização das cadeias produtivas brasileiras em torno da indústria verde, num contexto em que o Brasil apresenta diversas oportunidades. Temos vantagens para avançar nas atividades econômicas que mais agregam valor, como as economias desenvolvidas têm feito por meio de políticas industriais modernas”, afirmou o diretor da entidade industrial.
O que é a nova política industrial do governo Lula
O evento de lançamento do “Nova Indústria Brasil” , que ocorreu em Brasília, nesta última segunda-feira 22), contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin; além de representantes do setor privado e de ministros integrantes do CNDI. “Com essa reunião podemos dizer que finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que vai fazer com que aconteça uma política industrial, em uma parceria entre iniciativa privada e poder público”, disse o presidente Lula.
Alckmin apresentou as principais diretrizes da “Nova Indústria Brasil” e reforçou a importância deste momento para o país. Reafirmou, ainda, o compromisso do governo para tornar o Brasil mais competitivo e inovador.“Esta política representa uma visão de futuro, uma declaração de confiança em nossa capacidade de competir e liderar áreas estratégicas diante do mundo”, afirmou.
De acordo com o governo federal, serão R$ 300 bilhões para financiamentos destinados ao plano até 2026. Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, de diferentes fontes de recursos e redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil.
Nos moldes do Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo no ano passado, a Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que norteiam os trabalhos até 2033. Foram definidas áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações que envolvem a união dos integrantes do CNDI, tanto governo como setor produtivo nacional.
Conheça as seis missões anunciadas pelo CNDI
Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética
Para alcançar as metas dessa missão, algumas das prioridades são a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção, e a ampliação e a otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar para a produção de alimentos saudáveis.
Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde
A meta é ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros, contribuindo para o fortalecimento do SUS e a melhoria do acesso da população à saúde.
Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades
Uma das propostas é ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Para se ter uma ideia, hoje representa 59% da cadeia de ônibus elétricos.
Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade
Para que 90% do total das empresas industriais brasileiras (hoje são 23,5%) sejam digitalizadas e a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias seja triplicada, é preciso investir na indústria 4.0, no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros.
Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para futuras gerações
Um dos objetivos para a transformação ecológica na indústria é aumentar o uso da biodiversidade pela indústria e, ainda, reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que tem 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido.
Missão 6: Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais
A meta é conseguir autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para fortalecer a soberania nacional. Assim, a prioridade será para ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.
Serviço:
1)Para conhecer mais sobre as metas e ações clique neste link.
- Acesse a íntegra do documento oficial,, em arquivo PDF, que descreve o que é a Nova Indústria Brasil (NIB), clicando neste link.