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Flávio Dino destaca PF para auxiliar nas investigações de execução de médicos no RJ

Os quatro médicos posaram para uma foto momentos antes de serem mortos. As imagens do vídeo são das câmeras de segurança do quiosque | Vídeo: Reprodução/Redes sociais

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que a Polícia Federal (PF) acompanhará as investigações da execução de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A medida foi tomada pela eventual relação do crime com a atuação de dois deputados federais.

“Sobre a execução dos médicos, conversei agora com o governador do Rio, Cláudio Castro. Polícia Civil já realizando diligências investigatórias. Polícia Federal também. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso”, destacou o ministro em sua conta no X (ex-Twitter).

Criminosos mataram parentes de dois deputados federais do PSOL

Dino também informou que o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, se reunirá com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, e com a PF para tratar das providências em relação ao caso. Quatro médicos ortopedistas de São Paulo estavam em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, quando foram baleados. Três deles morreram. Um dos homens mortos é irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). Eventual motivação política para o crime será investigada.

Saiba quem são os médicos mortos:

Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP). Foi médico residente pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) entre 2020 e 2021. Diego fazia parte da Rede D’Or em São Paulo.

Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, era médico assistente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) desde 1992. Fazia parte do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo. “É com profunda tristeza que a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês recebeu a notícia sobre a morte do Dr. Marcos de Andrade Corsato, membro valoroso e dedicado do nosso corpo clínico e com uma passagem de nove anos pelo nosso pronto atendimento. Sua partida repentina deixa um vazio imensurável em nossa instituição e na comunidade médica como um todo”, diz a nota do hospital.

Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, foi médico residente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP entre 2021 e 2022. Ele trabalhava em Ipiaú, no sul da Bahia. “O Dr. Perseu, de 33 anos, dedicou os últimos 5 meses de sua vida ao Hospital Geral de Ipiaú, onde atendia com dedicação e comprometimento os cidadãos de Ipiaú e da região”, diz a nota da prefeitura da cidade.

Internautas comentaram nas redes sociais a proximidade entre o hotel que hospedava os médicos, o condomínio onde mora o ex-presidente Jair Bolsonaro e o quiosque, onde ocorreu o crime, que fica em frente ao Condomínio Vivendas da Barra | Foto: Redes

Uma curiosidade que os internautas levantaram é que os médicos, que estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso internacional de ortopedia, área em que atuavam, se encontravam hospedados no Hotel Windsor Barra, que fica na Avenida Lúcio Costa 2630. Ao lado, na mesma Avenida Lúcio Costa, número 3.100, fica o Condominio Vivendas da Barra, onde mora o ex-presidente Jair Bolsonaro. Exatamente na frente da entrada desse condominio residencial, na orla, se localiza o quiosque, onde três médicos foram assassinados e um quarto ficou ferido a tiros.

Polícia do Rio diz em nota que está concentrando esforços

O secretário de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado José Renato Torres,em um pronunciamento disse que está  reforçando a integração entre órgãos das diferentes esferas governamentais para a conclusão do caso. O secretário estava na Região do Médio Paraíba do estado em compromissos do Governo Presente com o governador, e retornou à capital para acompanhar o processo de investigação de perto.

Ele afirmou  que os assassinos não ficarão impunes. “Todo o aparato da Polícia Civil está à disposição da Delegacia de Homicídios da Capital para a elucidação destes crimes. Que a população do estado e os nossos turistas acreditem nas forças policiais do Rio de Janeiro. Tenho certeza que a autoria dos assassinatos será esclarecida diante do nosso trabalho”, disse José Renato.

O secretário de estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires; o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Henrique Damasceno; além de representantes do delegado regional executivo da Polícia Federal do Rio, João Paulo Garrido, e a promotora Adriana Lucas, do Ministério Público Estadual, estiveram presentes durante o pronunciamento à imprensa.

Como parte do trabalho integrado, a Polícia Civil de São Paulo também contribui com informações. De acordo com a Polícia Civil, desde a madrugada desta última quinta-feira (5), a DHC realiza diligências para apurar a autoria e a motivação dos homicídios. A perícia foi realizada no local, testemunhas estão sendo ouvidas e imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas.

Uma das linhas de investigação é a semelhante entre o miliciano e ex-presidiário Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que mora na mesma Avenida Lúcio Costa e o médico Perseu Ribeiro Almeida, qe foi assassinado | Fotos: Redes sociais

Investigação

Uma linha de investigação que vem sendo feita pelos policiais é de uma possível confusão que os criminosos fizeram entre o médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, e o miliciano da região de Jacarepaguá Taillon de Alcântara Pereira Barbosa,. Os dois tem semelhanças físicas, inclusive na calvíce, na barba e no óculos. O miliciano tem residência na Avenida Lúcio Costa, a mesma onde se encontra o hotel onde estavam hospedados e o quiosque onde foram mortos.

De acordo com informações coletadas pela imprensa junto a investigadores do Rio, há indícios de que o crime não tenha sido planejado com antecedência, inclusive chegam a supor de algum integrante da quadrilha viu o médico Perseu, o confundiu com o miliciano e avisou ao restante da quadrilha. Mas, há também outra linha de investigação que tem o fator político. Essa inclui ameaças recebidas há cerca de três meses pela deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), onde foi feita ameaça de morte a ela e aos familiares.