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Galpão do IBC de Jardim da Penha vai a leilão no próximo dia 12

O galpão colocado a venda pelo governo Bolsonaro fica no meio do Bairro Jardim da Penha e o edital não se preocupa com a finalidade que o comprador dará ao imóvel | Foto: Edital do governo

Insensível aos pedidos das entidades de preservação da memória capixaba e de representação de segmentos da sociedade local, o governo do presidente Jair Bolsonaro já está recebendo propostas para o leilão de parte dos antigos galões do IBC, em Jardim da Penha, na Capital do Espírito Santo. Através do portal VendasGov, que pode ser acessado clicando aqui o imóvel localizado na Rua Comissário Octavio de Queiroz,, 520 – Quadra X, Bloco H, lotes de 1 a 15, em Jardim da Penha, está sendo oferecido a quem propor comprar acima de R$ 10,79 milhões= no leilão a ser realizado no próximo dia 12, às 15 horas.

A conclusão da construção dos galpões do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC) na parte continental do município de Vitória ocorreu em 1961. Somente no final da década de 1960 e início dos anos 1970 é que surgiu um loteamento do que viria a ser o atual Bairro Jardim da Penha, que foi feito pela Empresa Capixaba de Engenharia e Comércio Ltda, numa área de propriedade de Maria Silvia Klaczk. Em meados dos anos 1970 a empresa Companhia Habitacional do Espírito Santo (Cohab) construiu pequenos conjuntos habitacionais de apartamentos destinados à classe média, reforçando a criação do bairro onde se encontram os antigos galpões

O bairro de Jardim da Penha surgiu no entorno dos galpões | Foto: Edital de venda

A ideia de construir os galpões veio da necessidade da época, quando o governo se interessava em criar um sistema de regulagem de preço. Os galpões tinha a finalidade de guardar o estoque, para liberar na entressafra e evitar que o preço disparasse. Eram armazéns reguladores, resume a história dos galpões. Com o bairro surgindo ao seu redor, há uma memória afetiva com os galpões. A população foi criada com esses imóveis. Foi diante disso que surgiu um movimento para que a memória fosse preservada, através da transformação desses imóveis em um centro cultural. Leia a seguir a íntegra do Edital de Venda, em arquivo `PDF:

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Insensibilidade de Bolsonaro e má vontade das autoridades locais

Mas, a insensibilidade de Bolsonaro não aceitou os pedidos para a preservação e de acordo com o “anúncio”, a propriedade possui um terreno com área de 6.598,5 metros quadrados e 4.474,53 metros quadrados de área construída. A modalidade licitação/concorrência está definida pelo Edital SPU/ES 023/2022 e qualquer um pode fazer a sua oferta. O edital, inclusive, não se preocupa com a finalidade que o comprador vai dar ao imóvel. O negócio é dinheiro. As propostas serão julgadas e classificadas em ordem de valor, sendo declarada vencedora a de maior valor. No caso de empate entre propostas, a classificação se fará por sorteio.

Mas, não houve só a insensibilidade do presidente, mas também a má vontade das autoridades locais. Foi alertado há alguns anos, desde que o atual governo federal demonstrou desejo de vender os galões, que a venda poderia ser barrada se os imóveis fossem tombados, mas nada foi feito. Não houve o tombamento, o que deu à Bolsonaro a permissão para fazer o que quisesse e bem entendesse.