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General que comanda as Forças Armadas emite nota para defender militares suspeitos de corrupção

Ministério da Defesa surpreendeu CPI ao emitir nota em defesa de militares suspeitos de corrupção | Foto: Divulgação

Ao invés de abrir uma investigação para apurar o envolvimento de meia dúzia de militares, que vem sendo citados na CPI da Pandemia, como envolvidos em crime de corrupção na compra de vacinas contra Covid-19, o general Walter Braga Netto, ministro da Defesa do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) optou em publicar uma nota em defesa dos acusados. E, pior, na nota oficial o general que comanda as forças armadas ainda intimidou o presidente da CPI, senador Omar Azis (PSD-AM), para dizer que repudiava “com veemência” as declarações do político sobre os militares suspeitos de serem corruptos.

Os oficiais da ativa e da reserva que estão sendo citados e que integram a lista dos militares corruptos compreendem um general, três coronéis e dois tenentes-coronéis. Mas, ao invés de apurar as denúncias, o general que comanda o Exército, Marinha e Aeronáutica preferiu atacar os acusadores e defender os acusados. A atitude de omissão do general provocou reações acaloradas entre os senadores e uma tensão entre o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e presidente do Senado, Rodrigo Pachego (DEM-MG) e Aziz, que foi apoiado por integrantes da comissão.

 “Nós estamos perdendo a oportunidade, talvez a única que esta pandemia poderia dar ao Brasil, que é de ter solidariedade mútua e recíproca entre nós e entre todos os brasileiros. Então, o acirramento, a intolerância e o desrespeito à divergência são coisas que não calham em lugar algum e em momento algum da quadra histórica do Brasil, muito menos num momento como este, de sofrimento da vida nacional, em que as pessoas querem uma coisa de nós: que nós possamos transmitir a elas esperança, a esperança de que a gente possa ter uma nação verdadeiramente constituída em bases sólidas e constitucionais”, optou em  dizer o presidente do Senado.

“Portanto, eu tenho, até pelas privações próprias da pandemia, falado pouco a esse respeito, mas eu gostaria que pudéssemos fazer essa reflexão sobre a necessidade que nós temos de uma união maior entre nós senadores para o enfrentamento de um inimigo comum, que não é só um inimigo, mas vários que se apresentam, que são, repito, a fome, o desemprego, a inflação, a doença, que ainda não curou e que precisa realmente dessa união nossa”, continuou Pacheco.

O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM) usou de suas redes sociais para se posicionar | Foto: Twitter

“Não foi generalizada”

“E a minha fala hoje foi pontual, não foi generalizada. E vou afirmar aqui o que eu disse lá na CPI, novamente: podem fazer 50 notas contra mim; só não me intimidem, porque, quando estão me intimidando, e vossa excelência não falou isto –, estão intimidando esta Casa aqui. Vossa excelência não se referiu à intimidação que foi feita pela nota das Forças Armadas”, disse o senador amazonense que preside a CPI a Pandemia.

“Ninguém teve uma relação melhor que eu, como governador, com as Forças Armadas no meu estado. Mas convivi com grandes generais, como o general Villas Bôas, grande comandante do Exército Brasileiro. Grande comandante! O que eu disse foi pontual, que há muito tempo membros das Forças Armadas, e alguns reformados, não se falava um ai das Forças Armadas, e hoje um ex-sargento da Aeronáutica foi depor e foi preso, porque mentiu, foi o que pediu US$ 1 por vacina, presidente. O coronel Elcio, que está lá hoje, foi o homem da Covaxin”, prosseguiu o senador Azis.

Nota oficial dos militares

Às 19h41 desta última quarta-feira (7), o Centro de Comunicação Social e Defesa  (CCOMSOD) emitiu uma nota oficial para dar o posicionamento oficial dos militares a favor dos acusados de corrupção. Oito minutos depois, às 19h49, fez uma atualização na nota. A seguir, leia a íntegra da nota oficial dos militares em defesa dos fardados que vem recebendo denúncias de serem corruptos:

Nota Oficial

Brasília, 07/07/2021 – O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.

Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.

A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.

Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.

As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.

Walter Souza Braga Netto

Ministro de Estado da Defesa

Alte Esq Almir Garnier Santos

Comandante da Marinha

Gen Ex Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Comandante do Exército

Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista Junior

Comandante da Aeronáutica